Entrevista: Humberto Costa (PT) Senador
Prestes a entregar a função de líder do PT no Senado, Humberto Costa, agora, foca os seus esforços em construir a unidade em torno de uma candidatura majoritária petista no Recife. A indefinição do candidato permanece, mas ele alerta que tem pressa para bater o martelo na escolha e iniciar o dialógo na Frente Popular de Pernambuco. Isso porque, segundo Humberto, manter o comando do Recife é a prioridade máxima da sigla para as próximas eleições. “Não adianta o PT ganhar em 183 municípios e perder no Recife”, sacramentou, durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7. Nesta entrevista, o senador ainda saiu em defesa do ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), apontou discriminação contra os políticos nordestinos, enfatizou a “lealdade ao PSB” e abordou questões referentes ao Governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
IMPORTÂNCIA DO RECIFE
“Queremos ampliar as nossas bases e vamos fazer isso. Agora, o grande calo mesmo do PT é o Recife. Se a gente ganhar nos 183 municípios de Pernambuco e perder no Recife, é o mesmo que perder a eleição. O PT quer ganhar eleição e precisa. Tem que entrar com o que tiver de melhor, com o que estiver de melhor nas pesquisas, que agregue o partido e a Frente Popular.
INDEFINIÇÃO
“Não tem nada definido ainda de quem será o candidato do PT. Quando o prefeito (João da Costa) começar a abrir essa discussão, é que vamos ver como vai ficar definido. Minha preocupação é que, à medida que demora, os partidos aliados vão reunindo argumentos para sustentar as suas candidaturas. (Dizem:) Como vocês querem que a gente vá defender tal e tal posição, se a gente não tem nada definido ainda? Mas eu acho que há tempo mais que suficiente para definir esse debate”.
PESQUISA
“Eu acho que deve ser uma das referências, até porque o PT quer ganhar a eleição. Além da capacidade de agregar o partido, agregar a Frente Popular. São vários fatores para definir. Não existe eleição fácil, mas podemos torná-la mais fácil ou mais difícil. Em determinado cenário, se deixarmos um flanco aberto, podemos criar dificuldades”.
JOÃO PAULO
“Não acho que uma coisa tenha a ver com a outra. Todas as pesquisas mostram que ele é um candidato com ótimas condições. Quando eu declarei que ele era imbatível, fui muito mal interpretado ou talvez tenha me expressado mal, mas o que eu quis dizer é que, no cenário de hoje, ele teria uma eleição bem mais tranquila do que os outros candidatos que são postos. Ele tem uma representatividade eleitoral importante. O que não quer dizer que, daqui a um mês ou mais, o prefeito ou outro nome do PT não possa ter uma representatividade eleitoral grande. O fato desse twitaço (pedindo a volta de João Paulo) não ter engrenado não tem nada a ver. O que vale é a intenção da população de votar nele”.
CHAPA PROPORCIONAL
“A CNB (tendência majoritária do PT) nessa eleição não tem muitos candidatos. Temos Jurandir Liberal e Luiz Eustáquio. Temos também outros nomes e estamos trabalhando para eleger outros nomes, como Josenildo Sinésio, que foi líder e presidente da Câmara, Osmar Ricardo... Vamos apoiar todos do PT. Mas o principal é a majoritária. (No chapão) Dá para eleger todos. Mas o grande preço que um candidato majoritário paga é, geralmente, não conseguir eleger todos. O importante hoje é construir a unidade, depois a gente discute o resto”.
CANDIDATURAS ALTERNATIVAS
“O PT está nesse projeto no Recife desde 2001. Nossos nomes são os mais bem colocados nas pesquisas. Claro que nosso partido vai avaliar todos os nomes postos. Se o PTB quiser discutir um nome, se o PSB quiser discutir.; o PT não vai deixar de discutir as possibilidades dos outros partidos. Mas é natural que nós tenhamos um candidato”.
FÉRIAS DO PREFEITO
“Ele tem todo o direito. O ano passado foi muito pesado para ele do ponto da saúde e da retomada administrativa. É nautral, é um direito que ele tire as suas férias. E isso não vai criar nenhum impedimento de tempo, não vai interferir de cumprir o papel dele de grande coordenador político, de chamar todos para conversar e depois podermos tomar uma decisão”.
LULA 2012
“Lula tem dito que 2012 é um ano em que ele vai querer caminhar o País inteiro. Ele vai gravar o guia em todos os estados, reforçando o pedido de voto no 13. E quem é que não quer ter Lula no seu palanque? Ele quer isso e há um interesse das nossas lideranças”.
DILMA 2012
“Dilma vai participar, não vai ser uma participação tão intensa como a de Lula. Mas ela vai estar presente em lugares estratégicos. Ela será mais comedida, até por conta das atividades administrativas”.
CRESCIMENTO DO PT
“Eu acho que, primeiro, faltou ao PT sorte e unidade. Poderíamos ter vencido em 2006, se não fossem aquelas acusações (caso dos vampiros). A falta de unidade também contribuiu. Como agora em que não estamos unidos como deveríamos. Mas esse quadro está mudando. Nós temos um senador, uma boa bancada federal e estadual e acredito que vamos eleger um bom número de prefeitos”.
FUTURO POLÍTICO
“Presidência de comissão eu não posso ocupar porque o mandato é de dois anos, e o PT já definiu que as comissões que nós temos - de Direitos Humanos e de Assuntos Econômicos - vai mudar agora. Eduardo suplicy assume Assuntos Econômicos e Ana Rita, Direitos Humanos. Na Mesa Diretora também, porque o acordo é Marta Suplicy um ano e José Pimentel um ano. Na liderança, tem um rodízio e a liderança do Governo é uma decisão do Governo. Pelo equilibrio de forças que há no Senado, é muito provável que continue com o PMDB, seja o Romero Jucá, seja outro nome. Eu, inclusive, defendo essa posição pela governabilidade. Mas é o que disse antes e repito: eu não sou candidato (a prefeito). Se eu não tiver nenhuma responsabilidade no Senado, vou ter como vice-presidente do partido, ajudando o colega Rui Falcão a tocar o partido no ambito nacional. Hoje, meu empenho é em exercer meu mandato no Senado. Hoje, o desejo de Lula é que eu continue no Senado, ele me confessou isso. E hoje, eu não tenho nenhum projeto eleitoral. Mas política é muito dinâmica e não tem como prever. Mesmo assim, o meu foco agora é exercer meu mandato”.
2014
“Nós temos que fazer uma coisa de cada vez. O que está em discussão agora é a eleição de 2012. Nós temos que pensar a unidade para 2012. Mais à frente nós vamos ver como vai ficar. Até porque, para que essa discussão de candidaturas seja feita, é preciso que a unidade seja preservada agora. O PT tem a primazia para a indicação em 2012. Em 2014, o PSB tem a primazia. Mas a política é muito dinâmica. Não vamos discutir 2014 agora. Temos que discutir agora o Recife, em 2012”.
DEFESA DA UNIDADE
“Nós trabalhamos pela unidade. Se o PSB decidir ficar conosco, ficamos numa posição muito mais favorável. Se eles não ficarem, vamos ver as alternativas para enfrentar esse desafio. A unidade da Frente foi que contribuiu para esse projeto, para este Governo e com o desenvolvimento de Pernambuco. É por isso que eu defendo a unidade da Frente. Eu defendo a unidade da Frente no Recife em torno do PT. Eu defendo que nós estejamos juntos porque acho que essa unidade tem feito muito por Pernambuco, e os projetos individuais ficam em segundo plano. É por isso que eu, às vezes, tomo atitudes pouco populares quando defendo que podemos estar unidos em Olinda, em torno de um projeto aliado; em Jaboatão e em Igarassu”.
PSB x PT (local)
“Não há ciumeira. É natural uma disputa pela hegemonia política. Eles sabem que o PT não é guloso, o PT quer o seu espaço. Nós temos com o PSB a melhor relação possível. Houve alguns tensionamentos. O PT não foi atrás de nenhuma liderança para se filiar ao partido, nós fomos procurados. O PSB tem clara noção de que o PT não agiu de forma desleal com adesão de nomes ao partido. Não fomos atrás de ninguém. O PSB já viu mais de uma vez que o PT é um aliado leal. Nós temos sido o aliado mais leal do governador Eduardo Campos e da Frente Popular, ao longo dos últimos cinco anos”.
PSB x PT (nacional)
“O PT tem consciência da sua força e capacidade de disputa. O PT tem tido no PSB um aliado leal em Brasília. Eduardo diz o tempo inteiro que está no projeto nacional de Dilma. Isso não provoca ciúmes. A posição de José Dirceu é isolada - de alertar sobre o crescimento político de Eduardo Campos. Ele não tem a intenção de fazer qualquer coisa. Quem ganha com isso? Nós não ganhamos nada. Não tem nada de fogo amigo”.
FERNANDO BEZERRA
“Nesse episódio agora estamos tendo solidariedade irrestrita. A gente mede quem é aliado, quem é leal politicamente, na hora da dificuldade. Nós estamos integralmente em apoio a Fernando Bezerra Coelho e Eduardo. Isso é uma coisa esperada (denúncias). Foi nordestino e vai ser ministro, vai sofrer preconceito, discriminação dos politicos do Sul. Eu sofri isso na pele e vai ser sempre assim com todo mundo. É tanto que não há nenhum fato concreto, o que há é uma acusação. Pernambuco passou por duas enchentes violentas. Não se pode fazer simplesmente acusação sem nenhuma razão. Ainda mais com Eduardo com a dimensão nacional que ele adquiriu. Provoca uma ciumeira muito grande”.
DEFESA DO PLANALTO
“Não acredito que se tenha jogado o ministro (Bezerra Coelho) às feras. Essa denúncia aconteceu num momento em que todo mundo entrou de férias, e a presidente deu um voto de confiança. Não sei qual foi o montante que veio do Ministério das Cidades”.
AÇÃO DO GOVERNO
“Na verdade, todo o atendimento emergencial é feito de maneira imediata. Agora, os projetos de reconstrução depende dos dois lados, do Governo para liberar recursos, projeto, licitação, fiscalização das obras. É uma colocação injusta do líder da oposição (deputado Bruno Araújo-PSDB, ao considerar que mais recursos deveriam ter sido liberados, no ano passado)”.
CONVOCAÇÃO
“Eu não vejo motivo para que ele (Bezerra Coelho) vá no Congresso, especialmente agora. Claro que a posição do Governo é que, se ele for convocado, tem que ir. Mas não vejo motivo para essa mobilização no meio de um recesso. Vamos aguardar a resolução dos fatos. Não há nehuma acusação de irregularidades, os recursos liberados para Pernambuco foram destinados da forma certa. Então, eu não acho que deve haver convocação”.
REFORMA MINISTERIAL
“Ela (Dilma) deve fazer a reforma, mas não creio que seja grande, que não vai mexer no desenho dos ministérios. Vai mexer em algumas peças que considera que talvez possam render mais. Em relação aos partidos, a presidente vai buscar a melhor maneira de preservar unidade dessa composição”
QUEDAS MINISTERIAIS
Lógico que travou (o Governo devido à queda de ministros). Você tem um ministério, de repente tem que tirar o ministro, mudar a equipe, rever contratos, abrir investigações. Tem auditoria do Tribunal de Contas, da Corregedoria. E quem entrou tem que ter esse cuidado”.
PSD
“O PSD é um partido muito heterogênio, tem gente de todo o canto. Mas não acredito que fará oposição a Dilma. Dependendo do local é possível fazer alianças. Em Sergipe e na Bahia, as pessoas que comandam o PSD têm uma relação próxima com o PT. Aqui, eles são próximos do governador. O prefeito já teve essa conversa com André de Paula, o que significa que estamos abertos. Nós sabemos que, se quisermos apoio para disputar, temos que fazer uma frente ampla de aliados”.
ESCOLHA PARA SENADO
“Não foi uma escolha do partido nacional. Nós firmamos um acordo político que, de acordo com pesquisas, definiríamos o nome do partido. E isso foi estabelecido junto com João Paulo. Quando a pesquisa foi feita, eu já tinha sido absolvido (do caso dos vampiros) e meu nome voltou a ter projeção. Isso naquele momento. Hoje pode ser que teria sido diferente. Então, naquele momento, nós decidimos que seria assim. Agora, nós demos tratamento de majoritário a João Paulo, demos espaço para a candidatura dele. Todos viram minha postura com João Paulo, o esforço que tive junto com Pedro Eugênio. Então, com todo o respeito, não há do que João Paulo reclamar em relação a isso”.
PRESIDÊNCIA DO SENADO
“A posição do PT tem sido clara desde o começo. Nossa posição é que o partido com a maior bancada assuma a Casa. Vamos esperar a posição do PMDB. O PMDB tem Renan Calheiros, mas também existem outros candidatos, como Luiz Henrique e Garibaldi Alves”.
Prestes a entregar a função de líder do PT no Senado, Humberto Costa, agora, foca os seus esforços em construir a unidade em torno de uma candidatura majoritária petista no Recife. A indefinição do candidato permanece, mas ele alerta que tem pressa para bater o martelo na escolha e iniciar o dialógo na Frente Popular de Pernambuco. Isso porque, segundo Humberto, manter o comando do Recife é a prioridade máxima da sigla para as próximas eleições. “Não adianta o PT ganhar em 183 municípios e perder no Recife”, sacramentou, durante entrevista à Rádio Folha FM 96,7. Nesta entrevista, o senador ainda saiu em defesa do ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), apontou discriminação contra os políticos nordestinos, enfatizou a “lealdade ao PSB” e abordou questões referentes ao Governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
IMPORTÂNCIA DO RECIFE
“Queremos ampliar as nossas bases e vamos fazer isso. Agora, o grande calo mesmo do PT é o Recife. Se a gente ganhar nos 183 municípios de Pernambuco e perder no Recife, é o mesmo que perder a eleição. O PT quer ganhar eleição e precisa. Tem que entrar com o que tiver de melhor, com o que estiver de melhor nas pesquisas, que agregue o partido e a Frente Popular.
INDEFINIÇÃO
“Não tem nada definido ainda de quem será o candidato do PT. Quando o prefeito (João da Costa) começar a abrir essa discussão, é que vamos ver como vai ficar definido. Minha preocupação é que, à medida que demora, os partidos aliados vão reunindo argumentos para sustentar as suas candidaturas. (Dizem:) Como vocês querem que a gente vá defender tal e tal posição, se a gente não tem nada definido ainda? Mas eu acho que há tempo mais que suficiente para definir esse debate”.
PESQUISA
“Eu acho que deve ser uma das referências, até porque o PT quer ganhar a eleição. Além da capacidade de agregar o partido, agregar a Frente Popular. São vários fatores para definir. Não existe eleição fácil, mas podemos torná-la mais fácil ou mais difícil. Em determinado cenário, se deixarmos um flanco aberto, podemos criar dificuldades”.
JOÃO PAULO
“Não acho que uma coisa tenha a ver com a outra. Todas as pesquisas mostram que ele é um candidato com ótimas condições. Quando eu declarei que ele era imbatível, fui muito mal interpretado ou talvez tenha me expressado mal, mas o que eu quis dizer é que, no cenário de hoje, ele teria uma eleição bem mais tranquila do que os outros candidatos que são postos. Ele tem uma representatividade eleitoral importante. O que não quer dizer que, daqui a um mês ou mais, o prefeito ou outro nome do PT não possa ter uma representatividade eleitoral grande. O fato desse twitaço (pedindo a volta de João Paulo) não ter engrenado não tem nada a ver. O que vale é a intenção da população de votar nele”.
CHAPA PROPORCIONAL
“A CNB (tendência majoritária do PT) nessa eleição não tem muitos candidatos. Temos Jurandir Liberal e Luiz Eustáquio. Temos também outros nomes e estamos trabalhando para eleger outros nomes, como Josenildo Sinésio, que foi líder e presidente da Câmara, Osmar Ricardo... Vamos apoiar todos do PT. Mas o principal é a majoritária. (No chapão) Dá para eleger todos. Mas o grande preço que um candidato majoritário paga é, geralmente, não conseguir eleger todos. O importante hoje é construir a unidade, depois a gente discute o resto”.
CANDIDATURAS ALTERNATIVAS
“O PT está nesse projeto no Recife desde 2001. Nossos nomes são os mais bem colocados nas pesquisas. Claro que nosso partido vai avaliar todos os nomes postos. Se o PTB quiser discutir um nome, se o PSB quiser discutir.; o PT não vai deixar de discutir as possibilidades dos outros partidos. Mas é natural que nós tenhamos um candidato”.
FÉRIAS DO PREFEITO
“Ele tem todo o direito. O ano passado foi muito pesado para ele do ponto da saúde e da retomada administrativa. É nautral, é um direito que ele tire as suas férias. E isso não vai criar nenhum impedimento de tempo, não vai interferir de cumprir o papel dele de grande coordenador político, de chamar todos para conversar e depois podermos tomar uma decisão”.
LULA 2012
“Lula tem dito que 2012 é um ano em que ele vai querer caminhar o País inteiro. Ele vai gravar o guia em todos os estados, reforçando o pedido de voto no 13. E quem é que não quer ter Lula no seu palanque? Ele quer isso e há um interesse das nossas lideranças”.
DILMA 2012
“Dilma vai participar, não vai ser uma participação tão intensa como a de Lula. Mas ela vai estar presente em lugares estratégicos. Ela será mais comedida, até por conta das atividades administrativas”.
CRESCIMENTO DO PT
“Eu acho que, primeiro, faltou ao PT sorte e unidade. Poderíamos ter vencido em 2006, se não fossem aquelas acusações (caso dos vampiros). A falta de unidade também contribuiu. Como agora em que não estamos unidos como deveríamos. Mas esse quadro está mudando. Nós temos um senador, uma boa bancada federal e estadual e acredito que vamos eleger um bom número de prefeitos”.
FUTURO POLÍTICO
“Presidência de comissão eu não posso ocupar porque o mandato é de dois anos, e o PT já definiu que as comissões que nós temos - de Direitos Humanos e de Assuntos Econômicos - vai mudar agora. Eduardo suplicy assume Assuntos Econômicos e Ana Rita, Direitos Humanos. Na Mesa Diretora também, porque o acordo é Marta Suplicy um ano e José Pimentel um ano. Na liderança, tem um rodízio e a liderança do Governo é uma decisão do Governo. Pelo equilibrio de forças que há no Senado, é muito provável que continue com o PMDB, seja o Romero Jucá, seja outro nome. Eu, inclusive, defendo essa posição pela governabilidade. Mas é o que disse antes e repito: eu não sou candidato (a prefeito). Se eu não tiver nenhuma responsabilidade no Senado, vou ter como vice-presidente do partido, ajudando o colega Rui Falcão a tocar o partido no ambito nacional. Hoje, meu empenho é em exercer meu mandato no Senado. Hoje, o desejo de Lula é que eu continue no Senado, ele me confessou isso. E hoje, eu não tenho nenhum projeto eleitoral. Mas política é muito dinâmica e não tem como prever. Mesmo assim, o meu foco agora é exercer meu mandato”.
2014
“Nós temos que fazer uma coisa de cada vez. O que está em discussão agora é a eleição de 2012. Nós temos que pensar a unidade para 2012. Mais à frente nós vamos ver como vai ficar. Até porque, para que essa discussão de candidaturas seja feita, é preciso que a unidade seja preservada agora. O PT tem a primazia para a indicação em 2012. Em 2014, o PSB tem a primazia. Mas a política é muito dinâmica. Não vamos discutir 2014 agora. Temos que discutir agora o Recife, em 2012”.
DEFESA DA UNIDADE
“Nós trabalhamos pela unidade. Se o PSB decidir ficar conosco, ficamos numa posição muito mais favorável. Se eles não ficarem, vamos ver as alternativas para enfrentar esse desafio. A unidade da Frente foi que contribuiu para esse projeto, para este Governo e com o desenvolvimento de Pernambuco. É por isso que eu defendo a unidade da Frente. Eu defendo a unidade da Frente no Recife em torno do PT. Eu defendo que nós estejamos juntos porque acho que essa unidade tem feito muito por Pernambuco, e os projetos individuais ficam em segundo plano. É por isso que eu, às vezes, tomo atitudes pouco populares quando defendo que podemos estar unidos em Olinda, em torno de um projeto aliado; em Jaboatão e em Igarassu”.
PSB x PT (local)
“Não há ciumeira. É natural uma disputa pela hegemonia política. Eles sabem que o PT não é guloso, o PT quer o seu espaço. Nós temos com o PSB a melhor relação possível. Houve alguns tensionamentos. O PT não foi atrás de nenhuma liderança para se filiar ao partido, nós fomos procurados. O PSB tem clara noção de que o PT não agiu de forma desleal com adesão de nomes ao partido. Não fomos atrás de ninguém. O PSB já viu mais de uma vez que o PT é um aliado leal. Nós temos sido o aliado mais leal do governador Eduardo Campos e da Frente Popular, ao longo dos últimos cinco anos”.
PSB x PT (nacional)
“O PT tem consciência da sua força e capacidade de disputa. O PT tem tido no PSB um aliado leal em Brasília. Eduardo diz o tempo inteiro que está no projeto nacional de Dilma. Isso não provoca ciúmes. A posição de José Dirceu é isolada - de alertar sobre o crescimento político de Eduardo Campos. Ele não tem a intenção de fazer qualquer coisa. Quem ganha com isso? Nós não ganhamos nada. Não tem nada de fogo amigo”.
FERNANDO BEZERRA
“Nesse episódio agora estamos tendo solidariedade irrestrita. A gente mede quem é aliado, quem é leal politicamente, na hora da dificuldade. Nós estamos integralmente em apoio a Fernando Bezerra Coelho e Eduardo. Isso é uma coisa esperada (denúncias). Foi nordestino e vai ser ministro, vai sofrer preconceito, discriminação dos politicos do Sul. Eu sofri isso na pele e vai ser sempre assim com todo mundo. É tanto que não há nenhum fato concreto, o que há é uma acusação. Pernambuco passou por duas enchentes violentas. Não se pode fazer simplesmente acusação sem nenhuma razão. Ainda mais com Eduardo com a dimensão nacional que ele adquiriu. Provoca uma ciumeira muito grande”.
DEFESA DO PLANALTO
“Não acredito que se tenha jogado o ministro (Bezerra Coelho) às feras. Essa denúncia aconteceu num momento em que todo mundo entrou de férias, e a presidente deu um voto de confiança. Não sei qual foi o montante que veio do Ministério das Cidades”.
AÇÃO DO GOVERNO
“Na verdade, todo o atendimento emergencial é feito de maneira imediata. Agora, os projetos de reconstrução depende dos dois lados, do Governo para liberar recursos, projeto, licitação, fiscalização das obras. É uma colocação injusta do líder da oposição (deputado Bruno Araújo-PSDB, ao considerar que mais recursos deveriam ter sido liberados, no ano passado)”.
CONVOCAÇÃO
“Eu não vejo motivo para que ele (Bezerra Coelho) vá no Congresso, especialmente agora. Claro que a posição do Governo é que, se ele for convocado, tem que ir. Mas não vejo motivo para essa mobilização no meio de um recesso. Vamos aguardar a resolução dos fatos. Não há nehuma acusação de irregularidades, os recursos liberados para Pernambuco foram destinados da forma certa. Então, eu não acho que deve haver convocação”.
REFORMA MINISTERIAL
“Ela (Dilma) deve fazer a reforma, mas não creio que seja grande, que não vai mexer no desenho dos ministérios. Vai mexer em algumas peças que considera que talvez possam render mais. Em relação aos partidos, a presidente vai buscar a melhor maneira de preservar unidade dessa composição”
QUEDAS MINISTERIAIS
Lógico que travou (o Governo devido à queda de ministros). Você tem um ministério, de repente tem que tirar o ministro, mudar a equipe, rever contratos, abrir investigações. Tem auditoria do Tribunal de Contas, da Corregedoria. E quem entrou tem que ter esse cuidado”.
PSD
“O PSD é um partido muito heterogênio, tem gente de todo o canto. Mas não acredito que fará oposição a Dilma. Dependendo do local é possível fazer alianças. Em Sergipe e na Bahia, as pessoas que comandam o PSD têm uma relação próxima com o PT. Aqui, eles são próximos do governador. O prefeito já teve essa conversa com André de Paula, o que significa que estamos abertos. Nós sabemos que, se quisermos apoio para disputar, temos que fazer uma frente ampla de aliados”.
ESCOLHA PARA SENADO
“Não foi uma escolha do partido nacional. Nós firmamos um acordo político que, de acordo com pesquisas, definiríamos o nome do partido. E isso foi estabelecido junto com João Paulo. Quando a pesquisa foi feita, eu já tinha sido absolvido (do caso dos vampiros) e meu nome voltou a ter projeção. Isso naquele momento. Hoje pode ser que teria sido diferente. Então, naquele momento, nós decidimos que seria assim. Agora, nós demos tratamento de majoritário a João Paulo, demos espaço para a candidatura dele. Todos viram minha postura com João Paulo, o esforço que tive junto com Pedro Eugênio. Então, com todo o respeito, não há do que João Paulo reclamar em relação a isso”.
PRESIDÊNCIA DO SENADO
“A posição do PT tem sido clara desde o começo. Nossa posição é que o partido com a maior bancada assuma a Casa. Vamos esperar a posição do PMDB. O PMDB tem Renan Calheiros, mas também existem outros candidatos, como Luiz Henrique e Garibaldi Alves”.
Fonte:http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/edicaoimpressa/arquivos/2012/janeiro/10_01_2012/0061.html
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