Por Ivson Menezes
Da Folha de Pernambuco
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as denúncias da utilização de grande quantidade de dinheiro no comércio de produtos alimentícios dentro do Complexo Prisional Aníbal Bruno, localizado no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife. A denúncia foi publicada na edição do último sábado na Folha de Pernambuco. A investigação foi instaurada pelo promotor da Vara de Execuções Penais, Marcelus Ugiette.
“Quero apurar as responsabilidades do caso. Apesar da denúncia estar voltada para o Presídio Juiz Antônio Lins de Barrros, vou abrir o PIC para as três unidades e tentar entender cada uma delas. Sabemos que isso acontece pela carência material e, principalmente, de pessoas”, pontuou. Ainda de acordo com Ugiette, o PIC deverá ficar pronto em 45 dias. “Estou recebendo hoje (ontem) representantes do Sindasp (Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco) e anexando uma cópia da reportagem para constar dentro do PIC”, afirmou.
As cenas foram gravadas por uma pessoa não identificada que as entregou ao Sindasp. As primeiras imagens foram captadas dentro de uma cantina e flagrou o comércio de itens alimentícios e a negociação destes com o uso de grande quantidade de dinheiro. As imagens mostram um homem, possivelmente o re-educando dono da cantina, retirando algumas cédulas de dentro da carteira, contando-as e as entregando a uma mulher que está acompanhada de outro homem. Esta mesma mulher já possui nas mãos uma grande quantidade de dinheiro. Ela confere e, em seguida, uma nova quantia é paga. Neste meio-tempo um agente penitenciário chega ao local, presencia a ação, mas se retira em seguida.
Na segunda parte, um homem não identificado chega ao mesmo local com um carrinho de compras cheio de produtos. No chão, também é possível verificar refrigerantes em lata e em garrafas PET, água mineral, sucos, produtos de higiene, caixas de ovo e mantimentos embrulhados em sacolas. Um terceiro vídeo gravado em cima do telhado mostrava a instalação de ar-condicionados. A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou que os ar-condicionados estavam instalados das salas de aulas e do apoio técnico.
Uma portaria expedida pela Seres em 2006 regulamentou as cantinas dentro das unidades prisionais. Um dos artigos diz: “as cantinas em operação serão desativadas na medida em que o interno que a explore seja transferido para outra unidade prisional ou posto em liberdade”. A Seres abriu uma sindicância para realizar uma investigação que deverá ser concluída num prazo de 40 dias.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=20079
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