terça-feira, 16 de novembro de 2010

EXPECTATIVAS PARA O GOVERNO DILMA




Matheus Aurélio



Passada a campanha eleitoral que culminou com a vitória nas urnas da candidata do PT Dilma Rousseff, cabe ao eleitor-expectador tercer algumas considerações sobre o que o povo brasileiro espera do novo governo a estrear em janeiro próximo. Antes, é quase impossível não ser impelido a comentar a esfera mental e psicológica que permeou a campanha, transformada por obra e graça de radicais ou fanáticos num fórum religioso. Deus, como sempre, saiu ileso dessa discussão atípica, e os radicais se encolheram (ou recolheram?), não sei se em nome do bom-senso...

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Na economia, se espera que Dilma mantenha os postulados macroeconômicos que nortearam o governo Lula. Mais do que isso, aguarda-se um aprofundamento das discussões em torno de investimentos mais significativos em infraestrutura, aumentando o parque industrial produtor de bens de consumo duráveis, implantando mecanismos capazes de alargar as bases de uma classe média consumidora que absorva a produção nacional e gere excedentes para exportação. Sem um significativo mercado interno é impossível dar sustentabilidade a uma política de desenvolvimento industrial do Brasil e fazer o País crescer no ranking mundial.

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No cenário internacional, há a perspectiva de um esfriamento da economia mundial, notadamente nos Estados Unidos e na China, cujas políticas de juros baixos barateiam seus produtos no mercado internacional e prejudicam a competitividade dos produtos de países emergentes como o Brasil; investimentos pesados do governo Barak Obama nas empresas americanas, consolidam lá os empregos que vão acabando aqui. Essas previsões incluem os países da União Européia, com uma moeda em crise, crise potencialmente explosiva com as dificuldades da Grécia em absorver os ajustes impostos pela admissão do euro, além dos problemas enfrentados pela Alemanha pós-unificada. As exportações de produtos brasileiros para essa região ficam mais difíceis. E é dentro desse choque de interesses que se espera ter a presidente Dilma habilidades para atrair investimentos financeiros produtivos para o País, reduzindo as aplicações de curto prazo. Ainda nesse cenário internacional, aguarda-se que a nova presidente apresente desenvoltura suficiente para confirmar a postura do Brasil como país livre de tutelas e capaz de influir nas grandes decisões mundiais, participando autonomamente dos fóruns que incluam países integrantes dos grandes grupos econômicos, se insira nesses grupos e passe a ter voz permanente no Conselho de Segurança da ONU.

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Internamente, são muitos os desafios a ser enfrentados pela presidente. Política do salário mínimo; Meio Ambiente,saneamento básico, incluindo despoluição de rios e lagos, água tratada nos grandes e médios centros urbanos, melhoria das estradas; emprego e renda; exploração do petróleo do pré-sal e distribuição social dos seus recursos; combate à corrupção; saúde, segurança e educação, entre outros. O tema mais crucial é a educação, gargalho que vem impedindo o Brasil de ter um melhor desempenho nas aferições do IDH da ONU. Há a necessidade de se estimular o professor, pagando-lhe salários decentes e motivadores de bom desempenho. Isso incluiria aperfeiçoamento dos quadros docentes das universidades e uma reforma conceitual da educação no Brasil. Não basta formar técnicos, é preciso formar cidadãos. E apesar da ociosidade de salas de aula na maioria das escola públicas das periferias do Brasil, é indispensável construir mais salas de aula e criar mecanismos atrativos para grandes parcelas de jovens que estão fora da escola, principalmente no ensino básico. Reciclar os professores do ensino fundamental e contratar docentes para preencher todas as vagas nesse nível, principalmente nos municípios mais distantes das Regiões Metropolitanas.

Os resultados nas urnas demonstram que o povo brasileiro acredita na competência de sua representando maior e primeira mulher presidente do Brasil Dilma Rousseff.

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