segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Negócios sociais têm potencial de crescimento no Nordeste

Além de levar às periferias serviços de qualidade, mas com preço acessível, as empresas lucram


Você já ouviu falar em negócios sociais? Saiba que, no Brasil, já são mais de cinco mil empresas atuando com esse conceito, que está longe do tradicional mercado formal, mas é muito lucrativo. Há quem diga se tratar da ‘humanização do capitalismo’. É verdade que a maior parte deles ainda concentra-se no Sudeste, mas o Nordeste tem enorme potencial de crescimento, segundo a ONG Artemisia, entidade voltada a difundir e incentivar o conceito pelo País. E segundo o seu gerente de aceleração, Renan Costa Rego, o Estado tem cerca de dez empresas nesse padrão; sendo cinco só na Região Metropolitana do Recife (RMR).
É o caso da microempresa de saladas Saladorama, em Nova Descoberta. A ideia surgiu na universidade, quando a proprietária Isabela Ribeiro conheceu o conceito. Em uma pesquisa, ela constatou que 51% da população brasileira têm doença crônica adquirida, e que 68% desse total estão em áreas de comunidade. Assim, ela abriu seu negócio na periferia e já mudou a vida de muita gente. Além de empregar moradores locais e comprar de pequenos produtores da redondeza, seus preços são diferenciados. Se você acha que é coisa de ‘trabalho voluntário’ se engana. Em um ano de atuação, o negócio já virou franquia e está em cinco estados. “Até julho tínhamos registrado um lucro bruto de R$ 600 mil. Acreditamos fechar 2016 com R$ 1,2 milhão”, conta Isabela.
Outro integrante dessa novidade é a startup Bio Fair Trande, que atende empreendedores de Camaragibe, Olinda e municípios do Interior. O objetivo do empresário Márcio Waked é valorizar a cultura brasileira, pelo artesanato, e levá-la ao mundo. “Nós beneficiamos mais de três mil artesãos no País e exportamos seus produtos para o exterior. Em oito anos, geramos uma renda direta a esses trabalhadores de R$ 5 milhões”, relata. O negócio, segundo ele, sempre operou de forma lucrativa e é bancada pelos próprios resultados.
Com o aumento do desemprego, muitos brasileiros perderam o acesso ao plano de saúde particular. Para não ficar desamparado e recorrer ao SUS, a alternativa de muitos é a clínica popular. A Multi Orto, do dentista e empresário Orestes Maciel, é um exemplo. Há 12 anos, ela tem a mesma missão: atender as famílias da classe C e D, do Litoral ao Sertão. “Nós trabalhamos com uma margem de lucro de 8%”, conta Maciel.
Fonte:http://www.folhape.com.br/economia/2016/9/negocios-sociais-tem-potencial-de-crescimento-no-nordeste-0039.html

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