sexta-feira, 10 de junho de 2011

Falta D'água

Vereador quer reservatórios das UR6 e UR11 abastecidos por carros-pipa





Paulo Rocha – Gazenta Nossa.



Moradora recolhe água da chuva para lavar a louça.

Enquanto não terminam as obras do Sistema Pirapama, que segundo a Compesa irão resolver de vez os problemas de abastecimento na região metropolitana, constinuam as denúncias e o sofrimento de quem fica sem água por vários dias, mesmo pagando as contas.

As reclamações vêm da UR-06, UR-11, Minha Deusa, Parque Recreio, Zumbi do Pacheco e comunidades adjacentes, onde há relatos de residências com até 18 dias sem água.

Diante do sofrimento destas comunidades, o vereador Robson, Leite, do PT, mandou e-mail à Compesa, no início de junho, tendo o Coordenador Regional do Ibura, Alexandre Lopes, respondido que as áreas afetadas são abastecidas pelo sistema de captação e tratamento de Marcos Freire, e é aí que mora o problema. São duas Estações de Tratamento de Afluentes (uma compacta e outra convencional), segundo a Compesa, que tratam água captada em riacho próximo; quando chove muito, a água fica turva além dos limites permitidos, e estação compacta é desativada, resultando numa redução de 50% no abastecimento. Esta questão, aliada a outros problemas de manutenção e consertos, teria resultado neste grande intervalo de abastecimento, segundo ainda o coordenador Alexandre Lopes, que admite um espaço de até 15 dias sem abastecimento em algumas áreas.

Baseado nestas informações e na previsão de muitas chuvas neste inverno (Segundo a APAC – Agência Pernambucana de Águas e Clima, a média pluviométrica para os próximos meses será maior que a média histórica), o vereador propôs através de ofício à Compesa “em regime especial” abastecimento dos reservatórios da UR-06 e UR-11 através de carros-pipa “ou a implantação de imediata de outra solução que venha melhorar o sistema de abastecimento de água da comunidade através da Estação de Tratamento de Marcos Freire”.

O Vereador Robson Leite diz ter conhecimento da lei que determina que nenhum parlamentar pode propor ações que venham ocasionar despesas (Lei de Responsabilidade Fiscal), “Porém”, afirma, “não é justo para a população continuar pagando por um serviço que não vem sendo prestado de maneira satisfatória”.
Um abaixo assinado está percorrendo as ruas das comunidades, será remetido à empresa e, não sendo resolvida o problema, será anexado a outros documentos e encaminhada a questão ao Ministério Público, promete Robson Leite.

Moradores dizem que Compesa abandonou a população e até seus próprios equipamentos Dia 9 de junho, reunião no Núcleo de Voluntários da UR 11, que recebe também moradores da UR6 e arredores. Como em quase todos os dias de reuniões, o assunto é a falta d’água. Terezinha Moraes, diretora do núcleo, comanda o abaixo-assinado e checa as assinaturas. O povo aos poucos vai ficando exaltado contra a Compesa, a “inimiga” comum, no momento.

A unanimidade é que o problema vem de longe, de mais de 30 anos. José Orlando, morador da rua 4 e na comunidade há 20 anos, sintetiza a questão: “Não temos nunca certeza do dia em que a água virá. temos de deixar as torneiras abertas todos os dias, pois só vem de madrugada, sem aviso. Eu mesmo já fiquei 2 meses sem água. Hoje, ficamos de 8 a 10 dias sem abastecimento”, conclui.




Na sequencia das fotos, lixo e portão aberto; cavalo pastando tranquilamente; reservatório seco e com a tampa aberta; local com garrafas de bebida e cola de sapateiro

Mais contundente, Sandra Gomes desabafa: “A Compesa nos trata como se estivéssemos pedindo esmola. Só queremos o que temos direito, pois pagamos por isso. Se a Compesa não tem capacidade, que entregue a empresa para quem tem! Quando temos um problema com a Celpe, ele é resolvido. Quando temos um problema com as operadoras de celular, elas resolvem. Porque a Compesa não consegue resolver?”
Segundo os moradores, há descaso da empresa com a comunidade, pois quando quebra uma bomba, todo mundo tem de esperar o conserto, às vezes demorado, e a Compesa não tem uma bomba de reserva. “Enquanto isso”, diz Neusa Oliveira, “muitos tem de comprar caminhão d’água a 120 reais, e não há ressarcimento destes valores”.

Outra reclamação é que a água vem turva, e ninguém sabe se é barro mesmo ou produto químico que se sedimenta depois nos reservatórios, filtros e máquinas de lavar, que precisam ser constantemente limpos ou trocados.

A indignação dos moradores vai além da falta d’água. Segundo eles, há problemas nos três reservatórios das localidades, semi-abandonados pela empresa. segundo depoimentos, o da rua 53, na UR11, é utilizado por crianças e adolescentes para tomarem banho dentro do reservatório, pois a tampa, assim como os portões, fica aberta. O local é utilizado ainda, denunciam, como ponto de encontro para prática de sexo, uso de drogas e consumo de bebidas alcoólicas.

Fonte:http://www.gazetanossa.net.br/

Nenhum comentário :

Postar um comentário