Com a queda do real, dinamarquesa LM Wind Power inicia inédito comércio com o exterior via Suape
Eduardo Azoubel/Divulgação
A indústria de componentes eólicos em Pernambuco, já consolidada no fornecimento de equipamentos para as usinas de geração da energia dos ventos no mercado interno, está agora ultrapassando as fronteiras nacionais. Está em curso a primeira operação de exportação de equipamentos produzidos no Estado pela empresa dinamarquesa LM Wind Power, que enviará, via Porto de Suape, 51 pás eólicas aos Estados Unidos.
As peças de proporções gigantescas - cada lâmina chega a medir de 40 a 70 metros - serão direcionados à produção de energia limpa nos parques eólicos norte-americanos. Essa primeira experiência de comércio exterior dos componentes eólicos é favorecida pela desvalorização do câmbio e pode abrir caminhos para operações regulares de exportação do segmento.
É que os avanços da tecnologia brasileira na fabricação dos equipamentos, nos últimos anos, somado aos preços atrativos, tornam a produção local mais competitiva lá fora. E, embora as pás sejam produzidas por uma empresa estrangeira dentro do Complexo Industrial Portuário de Suape, elas obedecem a metas de nacionalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia projetos do setor.
“Suape tem se consolidado como uma plataforma de exportação da indústria pernambucana, que deixa de ser fornecedora apenas de commodities e passa a exportar produtos de maior valor agregado”, comentou o secretário de Desenvolvimento Econômico e presidente de Suape, Thiago Norões, acrescentando como outro exemplo desse tipo de operação a movimentação de veículos que seguem para a América Latina pelo Porto.
As pás eólicas serão enviadas aos EUA em navios chamados de break bulks, usados para transporte de cargas de projeto, ou seja, de grandes pesos e dimensões. O Porto não divulgou o calendário da operação. Os materiais, comprados pela General Eletric (GE), que negociou a venda com os norte-americanos, são armazenados, movimentados e expedidos em veículos até o embarque no terminal alfandegado da Localfrio em Suape.
A empresa de logística já realizava transporte de cargas para a GE, de Ipojuca aos parques eólicos do Nordeste, em uma frota de 100 caminhões próprios, além de atuar nas exportações de cargas conteinerizadas pelo ancoradouro. “Suape já possui toda a infraestrutura para esse tipo de operação, a qual esperamos que se torne regular”, comentou o superintentende da empresa Ricardo Oshiro.
Aproveitando o momento favorável às exportações, ele adiantou que a Localfrio já está negociando operações de exportação de outros componentes eólicos, além das pás, a partir de Suape.
Fonte:http://www.folhape.com.br/economia/2016/4/pernambuco-comeca-a-exportar-pas-eolicas-0185.html
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