Por Juliana Sampaio
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
Não é novidade que a saúde suplementar está em crise. De um lado, médicos reclamam dos baixos honorários. Do outro, as operadoras de planos culpam os profissionais pelo não cumprimento das exigências da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), principalmente no que diz respeito às normas de prazos máximos de atendimentos da Resolução Normativa (RN) 259. A RN, inclusive, foi motivo para que 28 operadoras do País tivessem comercialização de novos produtos suspensa, pela ANS, até março. Dessa lista, cinco têm atuação em Pernambuco.
O problema é que no meio da discordância estão os beneficiários, que pagam as mensalidades, mas não recebem a assistência completa. A última proposição do Conselho Federal de Medicina (CFM) é a de que os médicos passem a cobrar pelas consultas. Nesse contexto, a pergunta é simples: como reverter a situação para mudar esse cenário que está levando todos os envolvidos do setor ao abismo? Até porque, apesar dos visíveis problemas, a saúde suplementar ainda é rentável. Em 2011, de acordo com dados da ANS, o segmento movimentou R$ 84 bilhões.
“É mais fácil e até mais barato tratar preventivamente do que curativamente. Por isso, é preciso ter uma estrutura de governança dentro da empresa, onde seja considerado o perfil dos beneficiários, projetando o seu envelhecimento, assim como fazer a gestão de risco dessa carteira de clientes”, identifica o diretor adjunto de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS, Leandro Fonseca.
Para o fundador do Instituto Apolo, Diogo Santos, a organização estrutural é o ponto de partida para desacelerar o cenário vivenciado. No entanto, na visão dele, a saída da crise passaria por uma regulamentação efetiva do setor, a partir do próprio órgão regulador. “Não visualizo que a ANS esteja cumprindo seu papel de fiscalizar e regulamentar. Se houvesse isso, haveria maior respeito ao consumidor”, critica. “A partir do momento que os beneficiários custam mais do que pagam, eles param de dar retorno e as operadoras subtraem da sua cartela de clientes, jogando para o SUS”, completa.
Presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM), Mario Fernando Lins defende que para se chegar ao equilíbrio do setor é preciso que o sistema passe por uma racionalização. O início, na opinião do médico, é extinguir as operadoras que comercializam planos com valores muito baixos. “Eles são inviáveis, pois enganam o consumidor. É preciso um estudo sério para que sejam colocados no mercado produtos compatíveis com a necessidade da população”, avalia.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=73662
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