Versáteis como um "Lego Gigante", estruturas são usadas na construção civil, lojas e restaurantes
Luiza Freitas
do Jornal do Commercio
Módulos foram usados como base para estrutura do Villa Gourmet, em Boa Viagem
Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem
O negócio é como um jogo de Lego para gente grande: peças de material resistente, formato simples e possibilidades quase infinitas de combinação. Mas, no lugar dos tijolinhos plásticos encaixáveis, entram em cena os contêineres marítimos. Depois de devidamente reformados, suas múltiplas possibilidades estão sendo cada vez mais exploradas em Pernambuco: desde instalações temporárias para operários da construção civil até restaurantes e casas. Mas a versatilidade não o único atrativo. Estruturas feitas com esses módulos podem custar até 50% menos que as erguidas em alvenaria e são entregues em muito menos tempo.
Depois de serem usados para o transporte de carga por até 20 anos, os contêineres precisam ser descartados. Mas para quem os utiliza como matéria-prima de um negócio, a história começa aí. Comprados por cerca de R$ 6 mil, eles são restaurados e recebem revestimentos específicos para cada tipo de uso. No Estado, a aplicação mais comum é na construção civil. “Eles são muito usados para os escritórios da obra, banheiros para os operários e também almoxarifado. A maior vantagem para a empresa que aluga é que, quando a obra acaba, é só fazer a mudança do contêiner”, explica Ricardo Buarque, sócio da Bravo Equipamentos.
A empresa tem cerca de três anos e já opera alugando de 120 a 140 módulos por mês por um valor base de R$ 700. A entrega é feita com a estrutura já toda pronta: isolamento térmico, revestimento e instalações elétrica e hidráulica. “É muito mais prático não ter que fazer uma instalação e poder alugar um contêiner do jeito que a gente precisa a qualquer momento, já que as necessidades mudam muito de acordo com o andamento da obra”, avalia Jamerson Duarte, gerente de compras da L.Priori. A construtora aluga os módulos para escritórios temporários, banheiros para os pedreiros e até para os estandes para a venda dos imóveis. “Quando não precisamos mais, é só desfazer e devolver”, resume.
E foi também como fornecedor da construção civil que o empresário Leandro Menezes, da Ouro Preto Contêineres, começou. “A empresa funciona há cinco anos e com o tempo começaram a aparecer demandas para estandes de vendas e estruturas voltadas para comércio e serviços. Hoje já entregamos aproximadamente 20 unidades do tipo e já estamos pensando em ampliar a empresa”, diz Leandro, que é responsável pelas estruturas do recém inaugurado Villa Gourmet, em Boa Viagem; Kwai Burguer, nas Graças; e do Vaporetto, no bairro de Santana.
Para esses fins, os preços variam entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil o metro quadrado, de acordo com o que é solicitado pelos clientes. “Foi a primeira vez que trabalhei com esse tipo de material e já estou pensando em novos projetos com contêineres. No nosso caso chegamos a economizar até 50% por conta dessa escolha”, calcula Jany Stamford, que assinou o projeto do Villa Gourmet. Do ponto de vista do design, há alternativas até para quem não gosta do visual modular. “Quisemos a aparência de contêiner apenas para o lado de fora. Dentro, trouxemos muitos elementos de alvenaria, para que os clientes esquecessem um pouco desse formato”, explica.
Dentro dos planos de ampliação da empresa de Leandro está justamente a parte de design. “Não temos um setor de criação. Até agora fizemos tudo com parcerias, mas pretendemos ter uma equipe só para pensar nesse lado criativo”, diz. Ele também está explorando outras utilidades dos contêineres, como a habitação, e já tem dois pedidos para residências na Região Metropolitana e no Litoral Norte do Estado. “Chego até a receber encomendas de outros estados do Norte e Nordeste, mas não consigo atender porque o frete não compensa. Depois que me estabelecer aqui penso em montar filiais em outras cidades”, revela.
A empresa NHJ do Brasil, que trabalha com locação e venda de contêineres, já construiu 23 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para o governo cearense usando as estruturas modulares e mais seis para a prefeitura de Fortaleza. As estruturas foram entregues em cerca de 30 dias, com todas as instalações necessárias, isolamento térmico e refrigeração.
Fonte:http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/pernambuco/noticia/2015/02/08/negocios-que-usam-conteineres-crescem-em-pernambuco-167376.php
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