terça-feira, 10 de março de 2015

Candidato à reeleição na UFPE, Anísio Brasileiro promete uma universidade mais plural e voltada para sociedade

Anísio Brasileiro, reitor da UFPE, ao lançar sua candidatura à reeleição. Foto: reprodução/Facebook
Anísio Brasileiro, reitor da UFPE, ao lançar sua candidatura à reeleição. Foto: reprodução/Facebook
O reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro, disse ao Blog de Jamildo, nesta segunda-feira, que precisa de mais quatro anos para concluir as reformas que começou na entidade, em 2011, quando se elegeu com mais de 60% dos votos.
Nesta terça-feira, o reitor oficializa a candidatura, para o pleito previsto para o dia 15 de abril. Florisbela Campos, do centro acadêmico de Vitória de Santo Antão, será candidata a vice-reitora na sua chapa. O prazo para formalização dos nomes que planejam concorrer acaba nesta sexta-feira.
“O tempo é curto para se fazer tudo que a gente se propôs. Mesmo três anos e meio passam rápido”, avalia Brasileiro. Oficialmente, o mandato da atual gestão segue até outubro.
“Quero esta continuidade para concluir o que não foi feito. Um exemplo é a entrega do Hospital das Clínicas, com novos serviços, para atender a população mais necessitada”, observa.
Com uma eventual recondução, Brasileiro planeja implantar uma nova articulação com o mundo das empresas. Na semana passada, já dedicou parte de seu dia a um evento de inovação na Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe).
“Nós pretendemos ter uma ação mais intensiva em aproximar a universidade e as empresas. Um exemplo é o pólo de informática com o Porto Digital. Uma das nossas preocupações maiores é justamente a empregabilidade, como inserir os nossos jovens no mundo do trabalho, como dar-lhes uma visão de empreendedorismo”, explica.
O sentido de urgência e prática que parece acometer o dirigente acadêmico pode estar relacionada a chegada de uma nova leva de estudantes, de origem humilde, do interior, que busca na universidade sua ascensão social.
Nesta linha de trabalho, Anísio Brasileiro também já se reuniu com os três senadores do Estado. Com Armando Monteiro Neto, por exemplo, ele planeja ampliar a inserção da federal junto às empresas exportadoras. “Também quero sair mais da reitoria, ser um embaixador de Pernambuco”.
Em campanha, o reitor da UFPE vai buscar se destacar pelo conhecimento da instituição, que agrega cerca de 50 mil pessoas, entre funcionários, professores e estudantes.
“Para ser reitor de uma universidade como a UFPE, tem que ter experiência e responsabilidade, em especial neste momento tão delicado da vida nacional. Não pode só querer ser reitor. Qual a sua história para ganhar a confiança. A gente só constrói isto com o tempo. Não pode ser só um embate ideológico”, declara. “Por isto, a figura do reitor é tão importante”
Anísio Brasileiro também promete trabalhar para construir um ambiente mais plural e democrático na academia.
“O ambiente impregnado de ideologia (que vemos hoje) não pode ser estimulado. Temos que respeitar as decisões dos conselhos, as decisões das maiorias. No meu tempo, não se cogitava quebrar patrimônio público em protestos”, alfineta. Durante sua gestão, o prédio da reitoria chegou a ser invadida e depredada por estudantes ligados a grupos ideológicos radicais. “A UFPE, por ser pública, é tão sua quando dos outros”.
Após quase quatro anos, o professor diz acreditar que a prendeu a ouvir mais ao estar sentado na cobiçada cadeira de reitor. “O exercício da tolerância foi o que eu mais aprendi.  Como a UFPE tem muitos controles, e as pessoas hoje querem tudo para ontem, a compreensão para ouvir tem que ser grande”, observa.
Com um quadro de 2,4 mil professores atualmente, o reitor calcula que precisa ampliar o número de professores para pelo menos 3 mil, nos próximos ano, de modo a atender a demanda criada nos últimos anos. Nos últimos 12 anos, o número de estudantes duplicou, de 16 mil para 32 mil na graduação, além de 8 mil na pós-graduação, sem aumento do corpo docente. “Com esta situação, os professores trabalham no limite da capacidade”, avalia. “Queremos garantir estes concursos com o MEC, mas precisamos de experiência e credibilidade para avançar”
Anísio Brasileiro diz que, até em função do quadro de ajuste federal, em um eventual segundo mandato, não pretende criar muito mais na UFPE. “A meta é garantir o que nos temos fique bem. Agora vamos discutir as prioridades, com pelo menos uma obra em cada centro. Temos que adotar uma agenda de otimização dos recursos, concluindo as obras já em andamento. Vamos entregar oito grandes obras, como os blocos da engenharia de alimentos e faculdade de medicina”.
“Nós gastamos R$ 5 milhões por mês para manter 7 mil estudantes bolsistas. Não tivemos contingenciamento até aqui, mas é um esforço continuo para não atrasar. Precisamos ter muita força em Brasília, também para não atrasar o pagamento das empresas (fornecedores)”, observa, referindo-se ao ajuste fiscal.
Fonte:http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2015/03/09/candidato-a-reeleicao-na-ufpe-anisio-brasileiro-promete-uma-universidade-mais-plural-e-voltada-para-sociedade/

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