segunda-feira, 9 de março de 2015

Mulheres na política: uma trajetória ainda tímida

Carol Brito
Folha de Pernambuco
Uma história de dificuldades e avanços recentes. A trajetória das mulheres no Legislativo de Pernambuco é marcada por poucas lideranças que conseguiram alcançar seu espaço em uma esfera de poder responsável por representar e refletir os interesses de uma sociedade. Apesar de as mulheres serem a maioria do leitorado pernambucano (53,4%), segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), elas estão longe de alcançar a mesma representação nas Casas legislativas.
Na história política estadual, apenas três deputadas federais foram eleitas e nenhuma conseguiu ser senadora. Já na Assembleia Legislativa, a participação é mais significativa, mas longe de ter presença forte. Foram apenas 28 legisladoras em 18 legislaturas. A primeira mulher a conquistar um mandato eletivo como deputada em Pernambuco foi a líder comunista Adalgisa Cavalcanti (PCB), em 1947, para a Assembleia Legislativa.
Contudo, ela foi cassada no ano seguinte, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu suspender o registro do Partido Comunista Brasileiro. Mesmo sem mandato, ela permaneceu nos movimentos sociais até falecer no Recife, em 1998.

Após Adalgisa Cavalcanti, Pernambuco só voltou a ter uma deputada estadual em 1955, com a educadora Maria Eliza Viegas. Em seguida, a Assembleia Legislativa passou mais 12 anos para eleger outra parlamentar. Aracy de Souza foi a primeira legisladora a se eleger duas vezes para o mandato e se tornou conhecida pela luta em favor das mulheres.
Na década de 80, Leila Abreu e Lúcia Heráclio foram as poucas que conseguiram o seu espaço. Somente na 14° Legislatura, 1999 a 2002, a Casa de Joaquim Nabuco contou com a presença demais de uma mulher. Teresa Duere, Luciana Santos e Malba Lucena foram eleitas conquistando uma representatividade histórica da mulher na Alepe.
Na legislatura anterior, três mulheres chegaram a passar pelo Legislativo, mas em momentos distintos. Luciana Santos assumiu a vaga de Rosa Barros, em 1997. Foi a partir de então que a representatividade feminina começou a crescer na Casa. A 15° Legislatura foi a que mais contou com a presença de mulheres. Nove deputadas passaram pelo Poder: Carla Lapa, Teresa Leitão, Ceça Ribeiro, Ana Cavalcanti, Ana Rodovalho, Aurora Cristina (assumiu como suplente), Malba Lucena, Dilma Lins e Jacilda Urquisa.
Crescimento semelhante não foi visto no espaço na Câmara Federal. A jornalista Cristina Tavares fez história em 1978, quando se tornou a terceira nordestina a conquistar uma cadeira na Câmara Federal, pelo antigo MDB. Foi vice-líder do PMDB e a primeira mulher a liderar uma bancada no parlamento brasileiro. Foi reeleita em 1982 e 1986. Somente em 2007 uma nova deputada federal seria eleita – a advogada Ana Arraes.
Nas eleições de 2010, duas mulheres tiveram mandato eletivo: Luciana Santos e Ana Arraes. Nas últimas eleições, o resultado voltou a ficar aquém da representação do eleitorado feminino.
s mulheres conquistaram apenas uma vaga na Câmara Federal (4% das cadeiras disponíveis), cinco na Assembleia Legislativa (10,2%) e cinco na Câmara de Vereadores do Recife (12,8%).
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=199594

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