Membros da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara realizam sessão pública, nesta quinta-feira (23), para ouvida dos jornalistas Oldack Miranda e Mariluce Moura. Os depoimentos acontecem às 9h, no auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Pernambuco (SINDSEP/PE), reforçam as investigações acerca dos assassinatos sob tortura de José Carlos Novaes da Mata Machado e Gildo Macedo Lacerda, militantes da Ação Popular Marxista-Leninista (APML).
“O fato novo que vamos tratar nesta oitiva são os documentos da Operação Cacau, que trazem o último depoimento de Gildo Lacerda e citam os nomes de Oldack Miranda e Mariluce, viúva de Gildo”, afirma Manoel Moraes, relator do caso em conjunto com Nadja Brayner e Henrique Mariano, membros do colegiado pernambucano.
A documentação faz parte de monitoramento realizado pelos órgãos de repressão sobre dirigentes da APML à época da ditadura militar (1964-1985). Este rastreamento culminou com a prisão em efeito cascata de integrantes da antiga Ação Popular – AP.
Em 19 de outubro de 1973, José Carlos Novaes da Mata Machado foi preso em São Paulo e conduzido por policiais à paisana para a sede do DOI-CODI paulista. Em 22 de outubro, o ex-vice-presidente da União Nacional dos Estudantes nos anos 69/70, Gildo Macedo Lacerda foi detido, junto com a companheira Mariluce Moura, em Salvador. O casal foi levado ao Quartel do Barbalho, por agentes do Exército e conduzido às sessões de tortura. Grávida, Mariluce nunca mais viu o companheiro.
Também integrante da AP, Oldack Miranda foi interceptado por policiais à paisana no dia da detenção de Gildo Lacerda, na calçada do prédio onde morava em Salvador. Com voz de prisão decretada, foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal. Lá encontrou militantes em comum, dentre os quais Gildo Lacerda e Mariluce Moura. Oldack é testemunha das torturas aplicadas a Gildo no Quartel do Barbalho.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=212173
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