quinta-feira, 2 de julho de 2015

Racionamento na RMR continua apesar das chuvas e Jucazinho está à beira do colapso


Reservatório de Botafogo está com 19% do volume total. Houve aumento de 4% após as chuvas. Foto: Divulgação/Compesa
Reservatório de Botafogo está com 19% do volume total. Houve aumento de 4% após as chuvas. Foto: Divulgação/Compesa
Mesmo com as chuvas dos últimos dias, o nível dos reservatórios do Grande Recife ainda são motivos de preocupação. Apesar de as barragens de Pirapama e Sicupema, ambas no Cabo de Santo Agostinho, estarem vertendo, com níveis de 102,8% e 100,3%, respectivamente, a de Botafogo aumentou pouco mais de 4%, passando de 14,8% para 19,23%, na última semana.
Com o baixo volume, o calendário de racionamento nos municípios abastecidos pelo reservatório será mantido. As cidades mais prejudicadas são Igarassu, Olinda, Abreu e Lima e Paulista – todas na Região Metropolitana do Recife (RMR) – por serem diretamente abastecidas por Botafogo.
Atualmente, Botafogo detém um de seus piores volumes de armazenamento de água da Região Metropolitana do Recife. A crise hídrica é a segunda pior da história da barragem desde a inauguração em 1980. Em 1999, devido ao efeito do El Niño, o reservatório atingiu 8% da sua capacidade, quando foi usado o volume morto da barragem.
Porém, no Agreste o cenário requer mais atenção. A barragem de Jucazinho, em Surubim, a maior da localidade, está com pouco de mais de 4% do volume total, em pleno período de chuvas na região.
Segundo o gerente de monitoramento e fiscalização da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), Clênio Torres Filho, as chuvas dos últimos dias estão concentradas no litoral do Estado e não adentraram o Agreste.
“O que mais nos preocupa é a de Jucazinho, porque julho é o último mês que ela tem para pegar água”, explicou. Porém, Pernambuco está sob influência do El Niño – o fenômeno é um aquecimento que ocorre na temperatura da água do Oceano Pacífico Leste e provoca estiagens no Norte e Nordeste do Brasil.
Jucazinho está à beira do colapso. Foto: Diego Nigro/JC imagem
Jucazinho está à beira do colapso. Foto: Diego Nigro/JC imagem
Diante do baixo nível de Botafogo, será mantido o racionamento da Compesa em quatro cidades da RMR. As localidades ficam um dia com água e três sem abastecimento. Botafogo está com 5.922 milhões de metros cúbicos dos 27.690 milhões de m³ da capacidade total.
“As chuvas não caíram na região de Botafogo [em Igarassu]. Temos que torcer que no mês de julho ainda venham pelo menos uns quatro  eventos chuvosos”, observou Clênio.
“As chuvas nos últimos dias foram importantes, porque recuperaram os níveis dos reservatórios, os maiores reflexos foram em Pirapama e Duas Unas (Jaboatão dos Guararapes). Foram importantes entretanto a gente analisa que precisa continuar chovendo, principalmente na área da bacia hidrográfica de Botafogo”, explicou o diretor de Mercado e Atendimento da Compesa, Rômulo Aurélio. Aproximadamente 1 milhão de pessoa são abastecidas com o sistema.
Já Pirapama, nos últimos três anos, vem acumulando água com facilidade, apesar do quadro de seca. O reservatório tem capacidade para armazenar 60 milhões de metros cúbicos de água – e é o maior manancial que atende a RMR.
Obras da Adutora do Agreste. Foto: Divulgação/Compesa.
Obras da Adutora do Agreste. Foto: Divulgação/Compesa.
JUCAZINHO – Pelos boletins que medem os níveis dos reservatórios, Jucazinho está em uma situação extremamente crítica. À beira do colapso. “Mas a gente espera que ainda chova, porque estamos no período de precipitações no Agreste. Então, vamos ver se a gente consegue recuperar o volume para não gerar crise grande, porque Jucazinho abastece parcela significativa da região”, afirmou Rômulo Aurélio.
O reservatório tem capacidade para acumular 327 milhões de metros cúbicos de água e beneficia 850 mil pessoas em 15 municípios.
Para dar mais autonomia à região, o representante da Compesa destaca a importância da finalização da Adutora do Agreste.
Pelo cronograma original, o projeto deveria ter sido concluído no início de junho. No início do mês passado, o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, anunciou repasse de R$ 10 milhões para a Adutora. A verba, no entanto, é insuficiente para pagar os R$ 25 milhões de serviços e canos que ainda não foram pagos à Compesa.
As obras da Adutora do Agreste são realizadas pela Compesa mediante um convênio firmado com o governo federal, que assumiu o compromisso de bancar 90% do empreendimento, orçado em R$ 1,350 bilhão.
No projeto original, a Adutora do Agreste levaria a água do São Francisco para as cidades do Agreste depois que fosse construção do Ramal do Agreste, que captaria a água da transposição em Sertânia e transportaria até Arcoverde, onde começa a Adutora do Agreste.
Na passagem pelo Recife, mesmo com o cenário de crise e ajuste fiscal que implica em reduzir os gastos da União, o ministro disse que o governo federal vai garantir o repasse mensal dos recursos para obras como a Transposição do São Francisco e a Adutora do Agreste, entre outras. A previsão é de que sejam liberados R$ 10 milhões mensalmente para a Adutora do Agreste.
Fonte:http://blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2015/07/01/racionamento-na-rmr-continua-apesar-das-chuvas-e-jucazinho-esta-a-beira-do-colapso/

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