quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Moradores reclamam de água suja



Widdio Joffre
VALDENÍCIO disse que problema vem acontecendo há cerca de três anos


Lixo acumulado, garrafas jogadas, algumas latas de cerveja e pessoas entrando e saindo quando bem entendem da Estação de Tratamento de Água Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR). Até uma cabra encontrava-se amarrada próximo aos reservatórios de água. O descaso, segundo os moradores do Conjunto Residencial Marcos Freire, resultaria na água suja e barrenta que chega às torneiras da população local. Tudo isso somado, na maioria das vezes, ao mau cheiro apresentado pelo líquido.

Com a presença da reportagem da Folha de Pernambuco, o morador Valdenício Silva de Andrade, 50 anos, militar da reserva, afirmou que há anos o local encontra-se abandonado, com portas quebradas, maquinário exposto e tampos abertos. “Fica assim a hora toda. Qualquer pessoa pode entrar e até jogar veneno na água por maldade... É cheio de lixo, coisa que não era para existir”, disse. De acordo com uma senhora de 73 anos, que mora ao lado da estação e não quis se identificar, o local sempre foi aberto e é o único caminho de acesso às residências ao redor. 

“As grades da área de tratamento foram colocadas não faz muito tempo, antes era tudo aberto. Alguém podia até cair”, contou. No local, a reportagem observou dejetos de animais, lama ao redor do sistema de tratamento e até um sapo dentro do reservatório. 

“Isso não acontecia antigamente, mas de uns três anos para cá a água só chega suja”, revelou Valdenício. A esposa dele, a dona de casa Tânia Maria Andrade, 51, compra sempre quatro garrafões de água mineral como reserva. “A gente não sabe quando a água vai chegar e, quando chega, é sempre suja. Não tem como lavar prato ou tomar banho”, contou. A autônoma Adriana Martins, 38, também moradora do conjunto, revelou que água na torneira chega dia sim e dia não. “Sempre vem amarelada e fedorenta”, disse.

Já outra moradora, a senhora Luiza da Silva, 66, coloca um filtro para tentar tirar um pouco da sujeira. “Dá trabalho, mas não temos outra opção”, contou ela. Outros moradores, que estavam na localidade, reforçaram que isso acontece em toda a região. Para eles, lavar roupa ou tomar banho com o líquido é impossível, já que a água tem mau cheiro e deixa a vestimenta amarelada. “Já denunciamos à Compesa, mas até agora nossa situação não melhorou”, acrescentou.

De acordo a assessoria de Imprensa da Compesa, é realizado o monitoramento de todas as estações de tratamento para que os padrões exigidos pelo Ministério de Saúde sejam atendidos. Segundo informou a Compesa, foi feita ontem uma avaliação na água de Marcos Freire, que foi considerada dentro dos padrões. O órgão informou ainda que pretende ir hoje até o Conjunto Residencial Marcos Freire fazer uma avaliação pontual da água que chega as torneiras. A situação de descaso em que a estação foi encontrada também será verificada pela Compesa.



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