sexta-feira, 14 de março de 2014

Merkel: crise da Crimeia pode afetar a Rússia

Agência Brasil (Brasília) – A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quinta-feira (13) que os interesses econômicos e políticos da Rússia podem ser seriamente afetados se o país continuar a violar as leis internacionais na Península da Crimeia. Em discurso no Parlamento alemão, Merkel acrescentou que a Rússia está conduzindo táticas expansionistas obsoletas, dos séculos 19 e 20.
“Se a Rússia continuar o que está fazendo nessas últimas semanas, a catástrofe pode afetar não apenas a Ucrânia”, informou a chanceler perante os deputados, em uma sessão parlamentar em que estava presente o embaixador ucraniano na Alemanha.
“Isso não vai alterar apenas as relações entre a União Europeia e a Rússia. Isso vai – e estou firmemente convencida disso – afetar a Rússia economicamente e politicamente”, enfatizou Merkel.
A chanceler disse ainda que a Rússia devia aprender com os erros do passado, lembrando que, neste ano, completa-se o primeiro centenário da 1ª Guerra Mundial e os 25 anos da queda do Muro de Berlim.
“Não podemos fazer com que o tempo ande para trás. Os conflitos de interesses no centro da Europa em pleno século 21 só podem ser resolvidos com êxito se não forem utilizados meios do século 19 e do século 20”. 
Merkel tem sido apontada como a figura política mais influente da União Europeia diante da crise da Crimeia, mas tem sido igualmente criticada pela relutância em pressionar a Rússia devido aos interesses comerciais do país. Durante a visita que fez nesta quarta-feira (12) à Polônia, onde se encontrou com o primeiro-ministro Donald Tusk, ela avisou a Rússia sobre a possibilidade de uma segunda fase de sanções, caso não haja recuo das posições mantidas na Crimeia.
O Parlamento da Crimeia marcou para domingo (16) um referendo para que os habitantes da península decidam se querem pertencer à Federação Russa ou uma autonomia mais ampla em relação à Ucrânia. As autoridades da Crimeia não reconhecem o novo governo da Ucrânia, que foi nomeado pelo Parlamento depois da destituição do presidente Viktor Ianukóvitch, atualmente exilado na Rússia. O ex-presidente ainda reivindica ser o chefe de Estado.
Tanto as novas autoridades ucranianas quanto a comunidade internacional ocidental consideram esse referendo ilegal e têm apelado à Rússia para que não apoie a iniciativa. A crise na Ucrânia começou em novembro do ano passado, quando Ianukóvitch adiou a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia e promoveu uma aproximação em relação à Rússia.
*Com informações da Agência Lusa
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=156590

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