Agência Brasil (Brasília) – O ex-presidente da Ucrânia, Viktor Ianukóvitch, disse “não poder aceitar” a anexação da Crimeia pela Rússia. Em entrevista dada ontem ao canal de televisão russo NTV, Ianukóvitch alertou para o perigo de desintegração do país após as eleições presidenciais marcadas para 25 de maio e disse que pretende negociar com o governo de Vladimir Putin a devolução da península.
Segundo ele, a anexação da Crimeia é culpa dos atuais dirigentes da Ucrânia. “Foi uma postura radical em relação à língua russa e aos territórios onde vivem os russófonos”, disse Ianukóvitch para justificar o descontentamento da comunidade de língua russa na Crimeia. Essa foi a primeira entrevista dada pelo ex-presidente desde sua deposição, em fevereiro, e refúgio na Rússia.
Nesta quinta-feira (3), o Ministério do Interior da Ucrânia acusou Ianukóvitch de ter dado a “ordem criminosa” de abrir fogo contra os manifestantes da Praça Maidan, em fevereiro, onde 90 pessoas foram mortas. O inquérito instaurado pelo atual governo também concluiu que agentes dos serviços secretos russos FSB participaram do planejamento e implementação do ataque aos manifestantes da Praça da Independência, no centro de Kiev.
Os serviços secretos da Rússia, FSB, negaram nesta quinta-feira que seus agentes estejam envolvidos na morte dos manifestantes, como acusa o governo ucraniano. Os protestos pedindo a renúncia de Ianukóvitch tomaram a praça Maidan em novembro, após o então presidente ucraniano, considerado pró-russo, se recusar a firmar um acordo de associação com a União Europeia.
*Com informações da Agência Lusa
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=159715
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