segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mandatos dos petistas são limitados


BRASÍLIA (AE) - O PT aprovou, em seu 4º Congresso Nacional, a limitação no número de mandatos legislativos de seus parlamentares - no máximo três consecutivos, para vereadores, deputados estaduais e deputados federais, e dois seguidos, para senadores. A medida, defendida como forma de evitar a burocratização do partido e estimular a renovação de quadros, gerou polêmica no plenário, teve de ser votada três vezes e só valerá após 2014, quando todos os detentores de mandato parlamentar pela legenda terão sua contagem de tempo “zerada”. Com isso, para os atuais petistas que ocupam cadeiras nos Legislativos estaduais ou na Câmara, a restrição só vetará a reeleição a partir de 2026 - isso se reelegerem em 2014 e em 2018. Para os senadores, isso só ocorrerá em 2030.

“É uma proposta que foi feita no Congresso, para colocar para a sociedade a lei político-eleitoral”, explicou o presidente do PT, Rui Falcão. “E nós estamos dando o exemplo de como pode ter rotatividade e não ter duração permanente do mandato, que seria a carreira do chamado político profissional”. O presidente do PT de Minas Gerais, Reginaldo Lopes, defendeu o mecanismo. “O PT defende reforma política e lista fechada. Como é que o PT quer fazer reforma política se não tem renovação?”, perguntou.

Um dos mais antigos senadores do PT, Eduardo Suplicy recebeu a nova medida com bom humor. Segundo ele, se a restrição estivesse valendo já para 2014, teria um significado preciso: “O PT quer que eu seja candidato a governador de São Paulo ou a presidente da República”, brincou. Suplicy entende que a limitação “não necessariamente significa fortalecimento da democracia”.

Para ele, o importante é promover a oportunidade para que o interessado na reeleição se submeta a prévias para a escolha dos candidatos. Além dele, que está no exercício do terceiro mandato consecutivo, a decisão afetaria hoje dois outros senadores petistas reeleitos no ano passado: Paulo Paim (RS) e Delcídio Amaral (MS).
O senador lembra, também, que na campanha de 2006 percorreu seu estado, participando das reuniões zonais para escolher o candidato a governador entre a hoje senadora Marta Suplicy e o atual ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. “Em todas as reuniões, eu disse que, se alguém quisesse ser candidato ao Senado, eu também me dispunha a participar de debates e de uma prévia, que só não ocorreu porque não apareceu ninguém querendo disputar”, recorda Eduardo Suplicy.

Nada no novo mecanismo petista impede, porém, que um parlamentar que chegue ao seu número máximo de mandatos tente se eleger para cargo em outro nível - por exemplo, um deputado estadual tentar a eleição para senador.

Fonte:http://www.folhape.com.br/index.php/edicao-de-hoje/662480-mandatos-dos-petistas-sao-limitados

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