segunda-feira, 28 de março de 2016

Aluno protagonista do conhecimento

Sala de aula invertida prevê que estudante busque conhecer o conteúdo antes da lição na escola


Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco
João Arthur vai a museus para conhe­­­cer melhor a história contada na aula. “Busco maneiras interessantes e que chamam minha atenção"
Será que implantar outro ti­­­­po de ensino nas escolas brasileiras é possível? Estudiosos da área de educação creem que sim, a sala de aula inverti­­­­da. Nela, o aluno é protago­­­­nista e estuda de forma mais autônoma, com o apoio de tecnologias, do potencial educativo de museus e livros ilustrativos.

O método da inversão prevê que o aluno aprenda os assuntos no aconchego de ca­­­sa. Já na sala de aula, apro­­­veitará o tempo para fazer atividades ou desenvolver projetos. Segundo especialistas, o modelo é uma forte tendência de en­­­­sino reconhecida e aplicada nas melhores universidades do mundo e que está chegando às instituições do País.
A metodologia é re­­­­­­conhecida e utilizada por al­­­­­gumas das mais importantes instituições de en­­­sino, como o Mas­­­sachusetts Institute of Technology e as uni­­­­versidades de Michi­­­­­­gan e de Har­­­­vard, nos EUA. O método é adotado ain­­­da em escolas da Finlândia e vem sendo testado em países de alto desempenho em educação, como Singapura, Holanda e Canadá.
Em Harvard, nas classes de cál­­culo e álgebra, alunos inscritos em au­­­las invertidas obtiveram ganhos de até 79% na aprendiza­­­gem do que os que cursaram o ensino tradicional, em que o professor expõe o con­­­teúdo e os alunos anotam explicações para, em seguida, estudar e fazer exercícios.
A doutora em Educação Andrea Ramal acredita que o mo­­delo educacional pode dar certo no Brasil. “É um exemplo do futuro. O alu­­­no não aguenta mais longas exposições na sa­­­la de aula e o próprio professor fica extenuado por dar a mesma au­­­la até oito vezes por dia, para turmas diferentes.”
A educadora diz ainda que, na sala invertida, o aluno estuda no seu ritmo e o encontro presencial com o professor é revalorizado. “O aluno de ho­­­je quer estudar com materiais interativos, videoaulas, ambiente digital. O professor se torna um orientador do plano de desenvolvimento de cada estudante.
A metodologia é ati­­­­va e o aluno se torna o protagonista”, afirma. “A barreira é a certa falta de cul­­­tura do alu­­no de estudar sozinho. Esse mé­­­todo depende de que leitu­­­ras prévias e videoaulas se­­­­jam assistidas antes da aula pre­­­sencial”, esclareceu Andrea. Caso contrário, destacou, o encontro na sala de aula não rende.
Protagonistas
A estudante Maria Clara Ro­­­cha, 12, acha que o ideal era o aluno interagir com o conteúdo na prática e, enquan­­­­to faz as atividades, poder debater e tirar dúvidas. Aluna do 7º ano, ela assiste a video­­au­­­las na internet e lê livros pa­­­ra se inteirar do assunto antes da aula. “Se fosse assim, seria menos tempo com explicações e iríamos à aula para tirar dúvidas e resolver questões. As aulas seriam mais participativas.”

Amante da arte, o estudante João Arthur, 13, também bus­­­ca outras fontes pa­­­ra complementar o conhecimento. Vai a museus para conhe­­­cer melhor a história contada na aula. “Busco maneiras interessantes e que chamam minha atenção, como a internet”, diz.
Fonte:http://www.folhape.com.br/cotidiano/2016/3/aluno-protagonista-do-conhecimento-0534.html

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