quinta-feira, 10 de março de 2016

Corpo de Naná é velado na Alepe

Com câncer de pulmão descoberto em 2015, percussionista morreu nesta quarta-feira


Felipe Ribeiro/Arquivo Folha
Naná comandou pela última vez a abertura do Carnaval do Recife comandando 11 nações de maracatu
Atualizada às 14h42

    O corpo de Naná Vasconcelos é velado no hall da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Área Central do Recife na tarde desta quarta-feira (9). O velório começou com quase uma hora de atraso, às 14h42. O sepultamento está marcado para as 10h desta quinta-feira (10), no cemitério de Santo Amaro, na Zona Norte.

    O músico morreu na manhã desta quarta-feira (9), às 7h39 desta quarta. Ele estava internado no hospital Unimed Recife, na Ilha do Leite, por conta de complicações devido a um câncer de pulmão.

    Naná deu entrada no centro médico na última segunda-feira (29), depois de um mal-estar sentido após um show em Salvador, no dia anterior.
    O percussionista lutava contra a doença desde agosto do ano passado, quando descobriu um tumor em estado de desenvolvimento avançado no pulmão esquerdo.
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    Após 20 dias de internamento, o percussionista foi liberado para continuar o tratamento, que consistia em sessões de quimioterapia e radioterapia, por 40 dias, no ambulatório do mesmo hospital. 
    A última apresentação de Naná ocorreu no último dia 27 de fevereiro durante o Festival Pracatuns, em Salvador, onde ele se apresentou junto com Lui Coimbra.
    Segundo o contra-regra Edelvan Barreto, o show foi muito bom, e Naná recebeu uma homenagem de Carlinhos Brown ao fim. Após o evento, o percussionista passou mal, precisou ser socorrido e desde então ficou internado.
    "Ele fazia coisas que ninguém consegue fazer, e esse lugar vai ficar aberto. Não vai existir outro Naná Vasconcelos. Eu aprendi muita coisa com ele, principalmente a humildade e a forma de tratar as pessoas com carinho e respeito. Ele era uma pessoa do bem, que gostava de ensinar as crianças", afirmou Barreto.
    O governador Paulo Câmara decretou luto de três dias e classificou o percussionista como um gênio.
    "Naná era um gênio, um autodidata que com sua percussão inventiva e contagiante conquistou as ruas, os teatros, as academias. Meus sentimentos e a minha solidariedade para com os seus familiares", disse em nota.
    O mestre Chacon, do maracatu Nação Porto Rico, disse que teve contato com Naná na última terça-feira (8), ele se mostrava confiante.
    "Naná foi um cara que superou todos os obstáculos da vida, e ele provou que tudo é possível", disse. A instrumentista Ana Araújo, disse que esteve com Naná até a madrugada desta quarta (9) e que ele estava compondo e batucando na perna até o último momento com os amigos Egberto Gismonti e Gil Jardim.
    "A musica era que dava realmente a vitalidade a Naná. Ele compôs até o fim e esteve consciente o tempo todo", disse.
    Com uma agenda movimentada neste início de ano, Naná protagonizou, pelo 15º ano consecutivo, a tradicional abertura do Carnaval do Recife, comandando mais de 400 batuqueiros em pleno Marco Zero.
    No período momesco, ainda apresentou shows nos palcos Rec-Beat e Lagoa do Araçá, na Capital pernambucana, além de ter sido um dos headliners do Festival Psicodália, em Santa Catarina. Em abril, o percussionista teria que cumprir uma agenda internacional intensa, com shows no Japão (ao lado de Egberto Gismonti), na China e na Coreia do Sul.
    Fonte:http://www.folhape.com.br/cultura/2016/3/corpo-de-nana-e-velado-na-alepe-0185.html

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