Ideias sobre o tema foram debatidas por especialistas na 9ª edição do fórum promovido pelos Diários Associados
TÂNIA PASSOS
Discutir educação de trânsito é debater o princípio básico da nossa formação enquanto motorista, pedestre, ciclista ou motociclista. Mais do que conhecer as normas de tráfego, compreender o que significa a mobilidade da coletividade faz toda a diferença no cotidiano. A nona edição do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã, promovido pelos Diários Associados, realizada ontem, trouxe como tema a educação no trânsito. Entre os palestrantes, a consultora do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Rita Cunha, a presidente do Detran-PE, Fátima Bezerra Costa, e o engenheiro e consultor Carlos Guido Azevedo.
Após trazer temas como as condições das rodovidas estaduais e federais, a municipalização do trânsito, os desafios da engenharia de tráfego e a epidemia dos acidentes de moto no estado, a educação foi o penúltimo tema das 10 edições do fórum. “Não basta investir na engenharia de tráfego ou em modernos equipamentos e obras viárias se não houver ações voltadas para a educação no trânsito”, ressaltou o presidente do fórum, o superintendente comercial da ATP Engenharia, o engenheiro Laédson Bezerra.
Se o aprendizado não acontece em casa e tampouco nas escolas, de onde ele vem então? Decerto, não se pode esperar que seja “intuitivo”. A participação do Estado é imprescindível na definição de políticas públicas para o trânsito. “Nós somos 10 vezes piores do que qualquer outro lugar no mundo em mortes no trânsito. São mais de 40 mil vítimas todos os anos nas estradas ou em vias urbanas”, ressaltou Carlos Guido.
Aos 14 anos, o Código de Trânsito Brasileiro não conseguiu preencher a lacuna da educação. O Denatran bem que tentou, junto ao Ministério da Educação, que a atribuição do ensino fizesse parte da grade curricular das escolas. Não conseguiu. “O Ministério da Educação (MEC) publicou textualmente no Diário Oficial da União que o trânsito não entrará na grade curricular. Na verdade, o ministério mandou o recado para que os órgãos de trânsito façam a sua obrigação na questão da educação”, revelou a consultora do Denatran, Rita Cunha.
Foi em 2009 que o Denatran parece ter dado os primeiros passos, nesse sentido, 12 anos após a edição do novo código. O órgão de trânsito nacional criou campanhas educativas e material para distribuir nas escolas. “A gente não tem como fiscalizar de que forma esse material foi aproveitado ou se está indo para o lixo. As escolas não são obrigadas a usar. Nós teríamos que convencer as secretarias de educação. Nem sempre há essa compreensão”, ressaltou Rita Cunha.
O descompasso entre o que diz a legislação, a estrutura dos órgãos de trânsito dos estados e dos municípios, explica, em parte, o tamanho da lacuna educacional e talvez seja a principal razão das campanhas serem eventuais e não sistemáticas. Para o educador Eduardo Biavati, não há órgão de trânsito capaz de ter penetração suficiente em todas as camadas sociais. “Não há recursos nem gente suficiente. Já as escolas têm naturalmente essa penetração nos bairros, nas vilas e até na zona rural. Negar o papel das escolas nesse tipo de formação só faz perpetuar a lacuna que temos nessa área”, apontou Biavati.
TÂNIA PASSOS
Discutir educação de trânsito é debater o princípio básico da nossa formação enquanto motorista, pedestre, ciclista ou motociclista. Mais do que conhecer as normas de tráfego, compreender o que significa a mobilidade da coletividade faz toda a diferença no cotidiano. A nona edição do Fórum Desafios para o Trânsito do Amanhã, promovido pelos Diários Associados, realizada ontem, trouxe como tema a educação no trânsito. Entre os palestrantes, a consultora do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Rita Cunha, a presidente do Detran-PE, Fátima Bezerra Costa, e o engenheiro e consultor Carlos Guido Azevedo.
Após trazer temas como as condições das rodovidas estaduais e federais, a municipalização do trânsito, os desafios da engenharia de tráfego e a epidemia dos acidentes de moto no estado, a educação foi o penúltimo tema das 10 edições do fórum. “Não basta investir na engenharia de tráfego ou em modernos equipamentos e obras viárias se não houver ações voltadas para a educação no trânsito”, ressaltou o presidente do fórum, o superintendente comercial da ATP Engenharia, o engenheiro Laédson Bezerra.
Se o aprendizado não acontece em casa e tampouco nas escolas, de onde ele vem então? Decerto, não se pode esperar que seja “intuitivo”. A participação do Estado é imprescindível na definição de políticas públicas para o trânsito. “Nós somos 10 vezes piores do que qualquer outro lugar no mundo em mortes no trânsito. São mais de 40 mil vítimas todos os anos nas estradas ou em vias urbanas”, ressaltou Carlos Guido.
Aos 14 anos, o Código de Trânsito Brasileiro não conseguiu preencher a lacuna da educação. O Denatran bem que tentou, junto ao Ministério da Educação, que a atribuição do ensino fizesse parte da grade curricular das escolas. Não conseguiu. “O Ministério da Educação (MEC) publicou textualmente no Diário Oficial da União que o trânsito não entrará na grade curricular. Na verdade, o ministério mandou o recado para que os órgãos de trânsito façam a sua obrigação na questão da educação”, revelou a consultora do Denatran, Rita Cunha.
Foi em 2009 que o Denatran parece ter dado os primeiros passos, nesse sentido, 12 anos após a edição do novo código. O órgão de trânsito nacional criou campanhas educativas e material para distribuir nas escolas. “A gente não tem como fiscalizar de que forma esse material foi aproveitado ou se está indo para o lixo. As escolas não são obrigadas a usar. Nós teríamos que convencer as secretarias de educação. Nem sempre há essa compreensão”, ressaltou Rita Cunha.
O descompasso entre o que diz a legislação, a estrutura dos órgãos de trânsito dos estados e dos municípios, explica, em parte, o tamanho da lacuna educacional e talvez seja a principal razão das campanhas serem eventuais e não sistemáticas. Para o educador Eduardo Biavati, não há órgão de trânsito capaz de ter penetração suficiente em todas as camadas sociais. “Não há recursos nem gente suficiente. Já as escolas têm naturalmente essa penetração nos bairros, nas vilas e até na zona rural. Negar o papel das escolas nesse tipo de formação só faz perpetuar a lacuna que temos nessa área”, apontou Biavati.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/11/23/vidaurbana14_0.asp
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