quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Refinaria sofre mais um atraso

Prazo de conclusão passou para 2016 e ritmo de andamento da obra começa a preocupar o governo

Ocronograma da Refinaria Abreu e Lima, em construção em Suape, começa a preocupar o governo. O ritmo de andamento da obra passou do verde “adequado” para o amarelo “atenção”. No primeiro balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), divulgado no fim de julho, a data prevista para a conclusão da planta era 31 de dezembro de 2014. No relatório divulgado ontem, a nova data é 30 de junho de 2016, ou seja, um ano e meio depois.

A data de início da operação do empreendimento também mudou, mas isso não é mais novidade. Há algum tempo a Petrobras vem trabalhando com 2013, embora no primeiro balanço do PAC 2 ainda conste o ano de 2012, previsão fornecida pela própria empresa quando da divulgação de seu plano de negócios para o período 2011-2015, em julho último.

Essa data já mudou diversas vezes. No início era 2011, depois foi antecipada para agosto de 2010, o que obviamente não se concretizou. Primeiro, a Petrobras demorou muito negociando os preços dos contratos. Depois, uma greve realizada pelos 35 mil trabalhadores da refinaria e da PetroquímicaSuape em março deste ano paralisou as obras durante um mês. E o governo ainda tem o Tribunal de Contas da União (TCU) em seu encalço.

A Abreu e Lima começou a ser construída em setembro 2007, com as obras de terraplenagem, e desde então o TCU não tem saído do pé da Petrobras. Em 2008 e 2009, encontrou indícios de superfaturamento na refinaria alcançando R$ 94 milhões. No dia 8 deste mês, o tribunal confirmou a recomendação de paralisação das obras ao Congresso Nacional.

A última refinaria a ser construída no país, a Henrique Lage (Revap), em São Paulo, teve as obras iniciadas em 1974 e só foi inaugurada em 1980. E a Abreu e Lima tem lá suas especificidades. É a primeira refinaria no país, por exemplo, projetada para processar óleos pesados. Metade do petróleo que ela vai refinar, inclusive, virá da Faixa do Orinoco, na Venezuela, caso a parceria com a PDVSA se concretize.

O balanço do PAC 2 divulgado ontem coloca como providências realizar 49% das obras da refinaria até 31 de dezembro de 2011 e integralizar a participação societária da PDVSA até o dia 30 deste mês. Pelo que ficou acertado, a Petrobras terá 60% no negócio e, a estatal venezuelana, 40%. Entre os dois balanços do PAC 2 o investimento da refinaria subiu de R$ 25,7 bilhões para R$ 26,5 bilhões, com capacidade para processar 230 mil barris diários.

O balanço apresentado ontem pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão Miriam Belchior aponta que 72% das ações monitoradas no PAC 2 estavam com andamento considerado “adequado” no fim de setembro, outros 10% estavam em “atenção”, 4% em estágio “preocupante” e 14% tinham sido concluídos.

Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/11/23/economia1_0.asp

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