quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Samu vai ter que contratar 1.681 pessoas

SAÚDE Para universalizar serviço até 2012, Estado precisará de médicos, enfermeiros e técnicos para trabalhar nas ambulâncias

Para levar a cobertura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a todos os municípios do Estado até o fim de 2012, a Secretaria de Saúde informou, ontem, que será preciso contratar 1.681 funcionários para atuar nas novas ambulâncias. Serão 287 médicos, 254 enfermeiros, 492 técnicos de enfermagem e 656 condutores. O preenchimento das vagas ficará a cargo das prefeituras. O governo quer que as primeiras equipes comecem a trabalhar a partir de março nas centrais de Caruaru, no Agreste, e Serra Talhada, que será criada para viabilizar o atendimento no Sertão. Hoje, apenas 38 das 185 localidades (184 cidades e o distrito de Fernando de Noronha) são assistidas pelo serviço acionado pelo telefone 192.

"Até junho, queremos o Samu em pleno funcionamento na macrorregião de Serra Talhada e em Caruaru. Pode ser até que o Estado ceda alguns profissionais", garantiu o secretário estadual de Saúde, Antônio Carlos Figueira. Hoje, o Samu possui centrais no Recife, que atende a capital e mais 17 municípios, e em Petrolina, onde o serviço é restrito ao município, mas vai ganhar status de regional.

O Samu terá mais 123 unidades de suporte básico e 24 de suporte avançado (com UTI móvel). Atualmente, a frota do serviço, que conta com 826 profissionais, é de 80 veículos e duas aeronaves. Com a ampliação, a Secretaria de Saúde pretende reduzir a mortalidade causada por acidentes de trânsito, violência e quedas, além de organizar a rede no interior (fazer encaminhamentos para os hospitais conforme os perfis da unidade e do paciente). "A ação faz parte dos esforços para descentralizar os serviços de saúde", ressaltou Figueira.

"O serviço existe há 10 anos na capital e a demanda cresceu nos últimos anos devido à epidemia de trauma que estamos vivendo. As ocorrências de acidentes vêm crescendo e já superam até os atendimentos clínicos", explicou o coordenador do Samu Metropolitano, Leonardo Gomes, responsável pelo gerenciamento do serviço na Região Metropolitana do Recife e dos municípios de Goiana, Condado e Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, além do distrito de Fernando de Noronha. Em outubro passado, o Samu Metropolitano recebeu 34.450 chamadas, a maioria delas relacionadas a acidentes de moto.

Ontem pela manhã, o médico Eduardo Figueiredo precisou acompanhar, em uma ambulância do Samu, uma paciente que sofreu AVC, transferida de Condado (Mata Norte) para o HR, no Derby, área central da capital. "Não tinha médico na equipe e, por isso, fiquei com ela. Mas se tivesse outro doente em estado grave no hospital municipal, como seria? Toda equipe deveria ter um médico", argumentou.

A doméstica Maria Carolina Farias da Rocha, 17, que acompanha o marido na mesma unidade desde domingo, quando ele sofreu um acidente de moto, em Olinda, afirmou que o Samu levou 30 minutos até chegar ao local da colisão. Graças a Deus, ele está se recuperando.

Fonte:JC

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