FRENTE POPULAR Em sigilo, e com a orientação da cúpula nacional, petistas tentam reabrir o diálogo entre João da Costa e João Paulo
Gilvan Oliveira
Bruna Serra
Especial para o JC
Colocar em risco o comando de uma das maiores capitais do Nordeste por causa de um desentendimento entre ex-aliados não está nos planos do PT nacional. Por isso, a executiva nacional do partido resolveu não mais assistir inerte à celeuma protagonizada pelo prefeito do Recife, João da Costa, e o antecessor, o deputado federal João Paulo. No início deste mês, o presidente nacional do partido, o deputado estadual por São Paulo Rui Falcão, deu o primeiro passo ao tentar agendar, sem sucesso, um encontro em Brasília para que João voltasse a ser João, garantindo, assim, uma eleição mais tranquila no ano que vem.
A avaliação na executiva é de que João Paulo, quando concordou em permanecer no PT, deu uma demonstração de que estaria disposto a rever seu posicionamento sobre João da Costa. Ainda assim, o deputado estaria mantendo obstáculos para retomar o debate político-partidário com o ex-aliado, afirmam correligionários. Sendo assim, foi colocada em campo uma operação para tentar reestabelecer o diálogo entre eles. No Recife, alguns encontros estão sendo realizados no mais absoluto sigilo para definir quem serão os mediadores da crise. No topo da lista, estão os nomes do senador Humberto Costa, que é membro da executiva nacional e goza da confiança dos dirigentes partidários, e o do deputado federal e presidente do PT estadual, Pedro Eugênio.
Até uma visita do presidente Rui Falcão ao Recife é cogitada para apartar o litígio, a exemplo do que já aconteceu em Fortaleza, onde a prefeita Luiziane Lins (PT) amarga as dificuldades de uma base dilacerada. A retomada do entendimento entre criador e criatura é considerada ponto fundamental para acalmar os aliados da Frente Popular, que por sentirem o ambiente instável no PT começaram a se articular por fora, casos do PSB e do PTB.
Vivendo uma situação difícil causada pela pluralidade de ambições de sua base, João da Costa procura tratar do assunto com cuidado, evitando melindrar ainda mais o ex-aliado. Questionado sobre as articulações, ontem, ele recorreu à versão oficial. Negou que haja uma operação em curso para reaproximá-lo do antecessor. No entanto, reafirmou sua disposição ao diálogo. "Não tenho conhecimento dessa movimentação, nem estou sabendo de alguém que esteja fazendo essa manobra. Mas eu apoio a reabertura do diálogo", disse o prefeito, que seria o maior beneficiado por uma eventual bandeira branca.
Na campanha de 2008, João da Costa e João Paulo formavam uma dupla inseparável. Naquela disputa, João Paulo enfrentou o PT e estabeleceu acordos que resultaram numa aliança complexa para assegurar a vitória de seu escolhido para a sucessão. Com a motivação do desentendimento ainda na zona de mistério, os Joões agora vêem seu horizonte limitado ao entendimento.
Gilvan Oliveira
Bruna Serra
Especial para o JC
Colocar em risco o comando de uma das maiores capitais do Nordeste por causa de um desentendimento entre ex-aliados não está nos planos do PT nacional. Por isso, a executiva nacional do partido resolveu não mais assistir inerte à celeuma protagonizada pelo prefeito do Recife, João da Costa, e o antecessor, o deputado federal João Paulo. No início deste mês, o presidente nacional do partido, o deputado estadual por São Paulo Rui Falcão, deu o primeiro passo ao tentar agendar, sem sucesso, um encontro em Brasília para que João voltasse a ser João, garantindo, assim, uma eleição mais tranquila no ano que vem.
A avaliação na executiva é de que João Paulo, quando concordou em permanecer no PT, deu uma demonstração de que estaria disposto a rever seu posicionamento sobre João da Costa. Ainda assim, o deputado estaria mantendo obstáculos para retomar o debate político-partidário com o ex-aliado, afirmam correligionários. Sendo assim, foi colocada em campo uma operação para tentar reestabelecer o diálogo entre eles. No Recife, alguns encontros estão sendo realizados no mais absoluto sigilo para definir quem serão os mediadores da crise. No topo da lista, estão os nomes do senador Humberto Costa, que é membro da executiva nacional e goza da confiança dos dirigentes partidários, e o do deputado federal e presidente do PT estadual, Pedro Eugênio.
Até uma visita do presidente Rui Falcão ao Recife é cogitada para apartar o litígio, a exemplo do que já aconteceu em Fortaleza, onde a prefeita Luiziane Lins (PT) amarga as dificuldades de uma base dilacerada. A retomada do entendimento entre criador e criatura é considerada ponto fundamental para acalmar os aliados da Frente Popular, que por sentirem o ambiente instável no PT começaram a se articular por fora, casos do PSB e do PTB.
Vivendo uma situação difícil causada pela pluralidade de ambições de sua base, João da Costa procura tratar do assunto com cuidado, evitando melindrar ainda mais o ex-aliado. Questionado sobre as articulações, ontem, ele recorreu à versão oficial. Negou que haja uma operação em curso para reaproximá-lo do antecessor. No entanto, reafirmou sua disposição ao diálogo. "Não tenho conhecimento dessa movimentação, nem estou sabendo de alguém que esteja fazendo essa manobra. Mas eu apoio a reabertura do diálogo", disse o prefeito, que seria o maior beneficiado por uma eventual bandeira branca.
Na campanha de 2008, João da Costa e João Paulo formavam uma dupla inseparável. Naquela disputa, João Paulo enfrentou o PT e estabeleceu acordos que resultaram numa aliança complexa para assegurar a vitória de seu escolhido para a sucessão. Com a motivação do desentendimento ainda na zona de mistério, os Joões agora vêem seu horizonte limitado ao entendimento.
Fonte: JC
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