Por Kléber Nunes
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
O designer gráfico Raul Luna, de 29 anos, está de malas prontas. Em janeiro, ele vai trocar Recife por São Paulo. A chegada à terra da garoa é o próximo passo na sua vida profissional, fruto do trabalho como freelancer. Cansado de ter uma carga horária pesada, muitos aborrecimentos e pouca “liberdade criativa”, o arquiteto por formação largou o emprego em uma empresa de web e resolveu trabalhar para si mesmo há três anos. Flexibilidade para administrar o próprio horário, independência e, sobretudo, a chance de ter um ganho superior ao da média do mercado, trabalhando para várias empresas ao mesmo tempo, tem levado muitas pessoas como Raul a optarem pela carreira de freelancer.
O termo emprestado do inglês é usado para denominar o profissional autônomo. Também conhecido popularmente como “freela” ou “frila”, esta prestação de serviço é praticada por profissionais de diversas áreas e tem se tornado cada vez mais comum no País. De acordo com o professor da Faculdade Guararapes e consultor de negócios Fernando Tranquilino, essa modalidade de emprego chegou ao Brasil em meados da década 1990, mas foi somente no início dos anos 2000 que ela começou a ganhar mais notoriedade no mercado de trabalho brasileiro.
Não só o contexto econômico mais favorável para o Brasil, mas a própria mudança na conjuntura política também é apontada como uma das causas desse crescimento. “No fim do Governo Fernando Henrique Cardoso surgiram mais facilidades para que o trabalhador autônomo se tornasse um empreendedor individual legalizado. Por exemplo, reduziram alguns tributos cobrados à pessoa jurídica desse tipo o que foi um estímulo importante para quem não queria mais trabalhar para outra pessoa e administrar o próprio negócio”, destacou Tranquilino.
Não existem números exatos de quantos profissionais atuam nesta modalidade de trabalho nem qual o valor médio das remunerações. O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco (Sebrae-PE) estima que no último ano houve um crescimento médio de 20% na demanda das empresas por trabalhadores tipo freelancer só no Estado. Atento para a necessidade do mercado, Raul Luna aliou essa realidade à vontade de ser “dono do próprio nariz” e encarou o desafio de ser freela. “O começo foi ótimo. Foram dois meses inteiros de trabalho sem sair de casa. Estava muito empolgado”, relembrou. “E tudo valeu e vale muito a pena. Faturo mais que o dobro do que ganhava e tenho 25% dos problemas que teria se estivesse vinculado formalmente a uma empresa”, garantiu o designer gráfico.
Ele não esconde a importância de ter feito parte de uma empresa, mas salienta que foi apenas uma fase. “Me deu uma visão importante do mercado, mas me sentia subutilizado e precisava colocar em prática a força criativa que existia em mim. Hoje estou satisfeito. Ser freela é poder escolher o cliente e oferecer um trabalho final de excelência, que quebram paradigmas dos modelos convencionais de grandes empresas”, argumentou.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=64096
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