Por Kleber Nunes
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
Em 2014, o Brasil terá um deficit de 100 mil profissionais devidamente qualificados para trabalhar nas áreas de Tecnologia da Informação (TI). A previsão preocupante da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Assespro) revela o cenário de escassez já sentido pelas empresas e o desafio que o País terá que enfrentar para garantir o crescimento de um dos principais setores da economia.
De acordo com o diretor de Desenvolvimento de Capital Humano da Assespro, Freud Oliveira, a falta de profissionais de TI é consequência da inexistência de planejamento e investimentos na preparação de talentos para o mercado. Em São Paulo – região que mais forma profissionais de TI – por exemplo, em 2010, tiveram cerca de dez mil estudantes formados nas universidades para atender a uma demanda de 14 mil vagas. “Hoje, não temos mão de obra sendo formada em volume suficiente. Não me refiro apenas ao nível superior, mas também ao nível técnico, resultado da ineficácia de políticas de fomento, que foram substituídas por ações pontuais, válidas, mas apenas pontuais”, afirmou.
Realidade não muito diferente em Pernambuco, que mesmo sendo um dos mais importantes polos de tecnologia do País e ter 27 cursos superiores de informática, também sofre com a escassez da mão de obra qualificada. “O problema começa no ensino básico, onde somos extremamente carentes, e depois na faculdade. A falta dessa base causa desmotivação. Sem falar que sobram cursos superiores e faltam cursos técnicos, o que gera outra decepção para o profissional, ocupando cargo que ele deveria estar gerenciando”, opinou o professor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn – UFPE), Sérgio Cavalcanti.
A situação tem gerado uma espécie de círculo predatório no setor, onde uma empresa tenta tomar o profissional da outra. “Muitos precisam recrutar em outras cidades para preencherem suas vagas”, disse Freud Oliveira. Outro problema comum tem sido a própria qualidade dos cursos e seus conteúdos desassociados da realidade local. “Embora a região seja rica em escolas, os profissionais ainda não estão capacitados para atender às especificações das suas demandas internas”, completou.
Com a queda de oferta de profissionais crescem os salários bem acima da inflação. No Brasil, a remuneração média é de R$ 2.950, enquanto que para as demais atividades é de R$ 1.499. Isso para profissionais que têm entre dois e três anos de experiência. “Identificamos aí outros dois problemas: a rotatividade e a necessidade que as empresas estão tendo de investir em seus planos de carreira para tentar reter os trabalhadores”, declarou o diretor.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=65721
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