segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Agência de Inteligência cria sistemas de criptografia


Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) espera que os Estados Unidos esclareçam sobre a suspeita de espionagem de autoridades do País, o governo do Brasil tem equipamentos prontos que podem aumentar a proteção das comunicações da petista e de seus ministros. As informações são do Estado de S. Paulo.

De acordo com a publicação, há pouco mais de um mês, técnicos da Abin – Agência Brasileira de Inteligência – apresentaram ao Palácio do Planalto dois novos produtos que permitem criar áreas seguras, criptografadas, dentro de computadores e tablets.

O CriptoGOV e o cGOV, feitos para proteger dados de espiões e sistemas de monitoramento, devem estar prontos para uso nos próximos dias. Os equipamentos foram apresentados em agosto a representantes de mais de 30 ministérios.

Ainda segundo a publicação, o sistema, que é muito mais simples que os existentes hoje, é uma espécie de pen drive chamado de Plataforma Criptográfica Portátil (PCP). Ele pode ser conectado em qualquer porta USB, acompanhado de um aplicativo.

Para os técnicos da Abin, a facilidade de operação do sistema permitirá que a presidente, seus auxiliares e outros servidores com acesso a informações sensíveis passem a usar com mais frequência os sistemas de criptografia. 

Ainda de acordo com a publicação, a Abin criou há alguns anos telefones, tanto fixos quanto móveis, com transmissão criptografada que dificultam a decodificação de conversas sigilosas. A petista tem telefones fixos em suas salas, no Planalto e no Alvorada, e também um dos telefones celulares, criptografados.

Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, apesar de ter o celular seguro, a presidente quase nunca o usa. Já o ex-chanceler Antonio Patriota usava o fixo mais para receber chamadas. Ele tinha o cuidado de, ao falar de assuntos “sensíveis” evitar o próprio celular. Variava entre os dos assessores, mas raramente carregava o seguro.

Celso Amorim, ministro da Defesa, parece ser um dos únicos que têm o hábito de usar o aparelho protegido. No entanto, conversas mais sensíveis com os comandantes das Forças são feitas pessoalmente.

E ao que tudo indica, depois da denúncia envolvendo os EUA, aumentou o interesse pelos equipamentos da Agência. Eles devem começar a ser distribuídos nos próximos dias.

Ainda segundo a publicação, quase todos devem receber tanto os telefones quanto os novos sistemas de codificação. Com a criptografia, espiões podem até acessar e-mails ou telefonemas, mas conseguirão ver e ouvir apenas ruídos e códigos.

A criptografia do Brasil é a chance mais palpável de proteger dados sigilosos. Hoje, o País não tem estrutura para ter uma internet independente, cujos dados não passem pelos Estados Unidos – todos os cabos de transmissão e os 13 hubs existentes são americanos.


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