A Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado Federal (CRE) decidiu, nesta quinta-feira (12), adiar a indicação do diplomata Raymundo Santos Rocha Magno para a Embaixada do Brasil na Bolívia. O pedido foi feito pelo relator da indicação feita pela presidente Dilma Rousseff (PT), senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). “A justificativa para esse adiamento se deve à necessidade de maior conhecimento a respeito de toda a situação que envolveu a ação humanitária empreendida, no dia 24 de agosto passado, pelo encarregado de Negócios da Embaixada Brasileira na Bolívia, Eduardo Saboia, que trouxe o senador Roger Pinto para o Brasil”, disse.
O peemedebista também apresentou Requerimento de Informações ao Ministério de Relações Exteriores solicitando esclarecimentos quanto ao inteiro teor das correspondências trocadas entre Eduardo Saboia e o Itamaraty ao longo do período em que o senador boliviano esteve abrigado na embaixada brasileira, tendo em vista que o mesmo necessitava de um salvo-conduto que vinha sendo negado pelo governo boliviano.
Jarbas é vice-presidente da CRE. Ele criticou o comportamento da petista no episódio. “A reação da senhora Dilma Rousseff restringe-se a retaliar os diplomatas brasileiros que atuaram para proteger a vida de Roger Pinto Molina, tendo, inclusive, enviado mensagem a este Senado para retirar a indicação do diplomata Marcel Fortuna Biato (embaixador do Brasil na Bolívia) que anteriormente já havia indicado para chefiar a embaixada da Suécia, por considerar que o mesmo teria sido o responsável por conceder asilo ao desafeto de Morales”, afirmou.
O senador pernambucano ainda lembrou que o parlamentar boliviano permaneceu asilado pro 453 dias no local.
No Requerimento de Informações que Jarbas pediu para ser encaminhado ao Ministério de Relações Exteriores foram feitos alguns questionamentos, a exemplo de: quantas correspondências foram enviadas pelo senhor Eduardo Saboia ao Ministério de Relações Exteriores sobre o caso do senador boliviano Roger Pinto Molina?
Ele também solicita cópia de todas as correspondências realizadas entre Saboia e o Ministério de Relações Exteriores, ou qualquer outro órgão ligado à referida pasta, que faça referência ao senador Roger Pinto Molina, ou qualquer assunto relacionado ao episódio da concessão de asilo político ao senador Boliviano.
“Enquanto não recebermos as informações solicitadas, enquanto não for equacionado esse impasse entre o Brasil e a Bolívia, enquanto não for encontrada uma solução humanitária para o senador Roger Pinto Molina e enquanto uma espada de Dâmocles pesar sobre o pescoço do senhor Eduardo Saboia, não existem condições para se indicar um novo embaixador brasileiro para a Bolívia, uma decisão que hoje visa apenas submeter o Brasil aos caprichos do presidente Evo Morales”, argumentou o peemedebista.
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