segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Selic chega aos 9%: hora de avaliar onde fazer aplicações

Por Tatiana Notaro
Da Folha de Pernambuco

A taxa Selic subiu mais meio ponto e atingiu 9% depois da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Isso significa investimentos de renda fixa mais rentáveis e até mais valorosos que a poupança. Falando nela, a tradicional caderneta, diante do atual cenário (mais precisamente, depois que voltou aos 8,5%), volta a render de acordo com a fórmula “antiga”: 6% ao ano (a.a) – ou 0,5% ao mês (a.m) – mais a taxa referencial (TR). Mas quem quer investir, antes de tudo, precisa saber quanto, porque o valor é crucial na hora de decidir onde aplicar.


O analista financeiro e professor da Faculdade Boa Viagem (FBV), Roberto Ferreira, é enfático: se a verba para investimento é curta, até R$ 10 mil, a melhor opção é a poupança. Ele explica que aplicar pequenos valores em investimentos de renda fixa não é vantajoso porque o retorno é mais baixo. “Muitos desses fundos de renda fixa deram taxas negativas este ano”, exemplifica.

Além disso, completa o professor, a poupança tem outras vantagens para investidores conservadores (ou com menos recursos), porque não cobra taxa de administração, não tem Imposto de Renda (IR) e tem liquidez imediata (ou seja, o dinheiro está lá à disposição). Ferreira alerta ainda para as taxas administrativas que incidem sobre os investimentos de renda fixa são altos, entre 1% e 2% a.a.

Coordenadora do site Investmania, Aline Rabelo diz que há um consenso no mercado de que a Selic deva subir mais, por isso “os rendimentos de renda fixa ficam mais atrativos que os de renda variável”. “A poupança, por muito tempo, estava perdendo para a inflação, mesmo assim as aplicações batiam recorde”, diz.

Aline reforça ser aconselhável diversificar os investimentos, mas avisa que, nessas outras modalidades, a liquidez não é imediata, pois o dinheiro fica aplicado por mais tempo, dependendo do contrato. Aliás, esse é um detalhe importante e um dos maiores alertas dos especialistas. Embora tenham possibilidade de proporcionar retornos maiores, esses investimentos podem resultar em perdas, caso seja preciso se desfazer antes do prazo contratado.

Professor de Gestão Financeira, José Rodolfo Rodrigues recorda que, até maio de 2012, com a Selic em baixa, o rendimento da poupança era quase zero. Mas a modalidade é a mais tradicional, conservadora e tem risco zero. Sobre investimentos como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), Rodrigues cita outro “obstáculo”, que é a impossibilidade de transferência de titularidade. “Você investe, e mesmo que não esteja satisfeito precisa ficar até o fim do contrato. Não há a opção de vender”, alerta.


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