sábado, 5 de novembro de 2011

Dilma descarta contribuição direta à Europa

CRISE Presidente brasileira disse que ajuda deve ser feita por meio do FMI. Documento final do G20 trata das dificuldades de acordo

CANNES (França) - A presidente Dilma Rousseff descartou a possibilidade de dar uma contribuição direta para ajudar a Europa. Segundo ela, qualquer ajuda deve ser feita por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI). Não tenho a menor intenção de fazer uma contribuição direta para o EFSF, disse, referindo-se ao fundo de resgate europeu para os países em dificuldades. Se nem eles têm, porque eu teria? Dilma contou que a China também expressou a avaliação de que o suporte para a Europa deveria ser feito por meio do FMI, e não diretamente. Dilma estava ontem na França participando da reunião da cúpula do G20.

A presidente reafirmou que o Brasil propôs a concessão de créditos bilaterais ao FMI, que são feitos com as reservas internacionais. Segundo a presidente, os recursos endereçados ao fundo possuem garantias. O dinheiro brasileiro de reserva é dinheiro que você protege, foi tirado com suor do nosso povo e não pode ser usado de qualquer jeito. O FMI é aplicação AAA, absolutamente garantida, disse Dilma. Ela afirmou ainda que o Brasil e a China defenderam a mudança das cotas do FMI, com ampliação da participação dos emergentes, de forma que reflita o mundo novo que estamos vivendo.

ENCONTRO

Líderes do G20 fracassaram em chegar a um acordo sobre formas concretas de aumentar os recursos para o FMI. O aumento dos recursos permitiria ao FMI dispor de meios para enfrentar crises como a atual. Há pelo menos formas possíveis para a ampliação dos recursos do FMI, de acordo com o jornal Guardian. A primeira seria a criação da moeda do FMI, o SDR (Direito Especial de Saque, na sigla em inglês), que seria distribuída entre os países da zona do euro. Os governos poderiam, então, trocá-la por euros nos bancos centrais de todo o mundo. Como uma segunda opção, as nações colocariam recursos em um fundo novo, que passaria a ser administrado pelo FMI e utilizado para garantir a estabilidade financeira em todo o mundo. Já a terceira possibilidade seria um pedido aos governos para economizar US$ 280 bilhões dos recursos do FMI, que seriam devolvidos aos acionistas no próximo ano. O dinheiro seria usado para reforçar os recursos do fundo para lidar com a crise. Durante o último dia de cúpula, o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, afirmou que os países do G20 deveriam conceder recursos adicionais para o FMI e que essa decisão constaria na declaração final da cúpula de Cannes.

GRÉCIA

Em uma manobra vista como crucial para garantir o acordo de ajuda financeira assinado entre a Grécia e a troika formada pela União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o premiê grego, George Papandreou, obteve um voto de confiança no Parlamento na noite de ontem por uma margem muito apertada. Por 153 votos a favor e 147 contra, o premiê obteve apoio dos parlamentares para se manter no cargo. Isso após uma intensa semana de negociações e altos e baixos durante as discussões entre seu governo, a oposição e os europeus.

Fonte:JC

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