AE – Sem nomes definidos num processo discreto de escolha, o substituto do ministro Carlos Ayres Britto no Supremo Tribunal Federal terá perfil bastante distinto do atual presidente da Corte – alvo de críticas no governo Luiz Inácio Lula da Silva por suas declarações. O substituto de Ayres Britto, a exemplo do mais novo integrante da Corte, Teori Zavascki, deverá ter perfil técnico e postura discreta.
Ele não participará das dosimetrias das penas do mensalão, mas certamente julgará os recursos que serão apresentados pelos advogados dos 25 condenados no ano que vem. E será este novo ministro o relator da ação penal do chamado mensalão mineiro – que tem como réu o deputado federal e ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) – , processo que setores do PT veem como revanche contra a oposição.
Também será o próximo ministro que cuidará do processo aberto em setembro a partir do depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério ao Ministério Público em meio ao julgamento do mensalão. No depoimento, há menções a Lula, ao ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e ao assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
Novamente, o nome do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, aparece na lista de cotados. Desta vez, com um detalhe adicional Adams foi sondado no último ano do governo Lula para ocupar uma das vagas do tribunal. O ex-presidente segurou a indicação e deixou o governo sem formalizar a escolha. Lula deixou para Dilma Rousseff a definição. Preterido pelo ministro Luiz Fux, foi dito a Adams que a vaga de Ayres Britto poderia ser sua.
Mas Adams é também peça disponível para a presidente mexer na reforma ministerial. Ele poderia deixar a AGU e ser nomeado para a Casa Civil na vaga de Gleisi Hoffmann. Neste caso, sua indicação para o Supremo poderia novamente ser frustrada ou simplesmente postergada.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=60671
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