Agência Brasil (Rio de Janeiro) – A presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, previu hoje (05) que o primeiro semestre deste ano será ainda mais difícil para a companhia do que foi 2012, em que a empresa fechou com um lucro líquido de R$ 21,1 bilhões, o pior resultado dos últimos oito anos e 36% menor do que o de 2011.
Em entrevista coletiva para apresentar o balanço da estatal relativo ao ano passado, Foster se recusou a utilizar a palavra “pior” e disse que a preocupação com a melhoria do desempenho é uma constante na atividade do setor de petróleo.
“Não utilizo a palavra pior, mas será um ano duro e certamente mais difícil do que foi ao longo de 2012. O primeiro semestre será certamente um período mais duro, até porque, necessariamente, teremos que fazer paradas programadas [de plataformas], para a realização de trabalhos de manutenção”.
A presidenta da estatal disse que, se pudesse, dividiria 2013 em dois anos. “No primeiro [de janeiro a junho], nós enfrentaremos muitas dificuldades. Já no segundo ano [de julho e dezembro], eu diria que seria o ano da partida para a nossa recuperação”.
Na avaliação de Foster, a produção em 2013 deverá crescer 2%, “para mais ou para menos”, em relação à produção de 2012, que alcançou 1,98 milhões de barris de petróleo por dia, um pouco abaixo da meta prevista, de 2,02 milhões de barris diários – com variação de 2% para cima ou para baixo.
Ao justificar o otimismo para o segundo semestre do ano, a presidenta da Petrobras ressaltou a entrada em produção de sete plataformas, incluindo a P-58, que deverá começar a produzir o primeiro óleo em janeiro de 2014.
“É a partir dessas plataformas que se dará a virada para nós, daí eu preferir separar o ano em dois semestres distintos”, justificou. Para ela, este será um ano em que a diretoria da empresa terá que trabalhar duro para mitigar os riscos e, consequentemente, “a percepção que as agências de rating [avaliação de risco] têm sobre a nossa empresa. E, para fechar bem 2013, teremos primeiro que passar pelo primeiro semestre”.
O diretor Financeiro e de Relações com os Investidores, Almir Barbassa, também presente à coletiva, disse que a empresa mantém os planos de captação de US$ 80 bilhões no mercado nos próximos cinco anos, e que deverá manter, este ano, a média do ano passado, quando foram captados US$ 20 bilhões.
Sobre o reajuste nos preços de seus principais derivados, a presidenta da Petrobras disse que os reajustes nos preços da gasolina e do diesel ainda não foram suficientes para eliminar a diferença do que é cobrado no mercado interno, em relação ao mercado externo, e que a diferença entre os preços dos derivados praticados no país e os que são cobrados no exterior gira em torno dos 17%, em grande parte em razão da depreciação do real frente ao dólar.
Ela citou, como exemplo de prejuízos decorrentes dessa diferença, as perdas relativas à importação de gasolina e diesel, que foram de R$ 22,9 bilhões – uma vez que as importações de gasolina aumentaram 102%, em face do aquecimento do mercado interno, e a do diesel 16%.
Graça Foster negou, de forma categórica, que a empresa venha enfrentando dificuldades para pagar a seus fornecedores de bens e serviços em decorrência de problemas de geração de caixa.
“Não tem represamento algum, não há atraso de pagamentos, não deixamos de pagar nenhum fornecedor. Não mudou nada. Temos disciplina orçamentária e ela vem sendo cumprida. É mais do que justo que nossos fornecedores recebam em dia, nós fazemos questão de pagar logo o que é devido e é assim que nós agimos. Os pleitos que existem envolvem pendências em relação a documentação”, garantiu.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=77098
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