A tragédia em que se transformou mais um confronto, no último sábado (16), entre ditos torcedores de clubes de futebol no Recife acendeu de vez a luz vermelha das autoridades que deveriam ser responsáveis por impedir tais casos. Um jovem de 19 anos foi baleado minutos antes de entrar no Estádio dos Aflitos, onde acompanharia a partida entre o Náutico e o Central pelo Campeonato Pernambucano. Um novo tumulto? Uma nova briga de torcidas? Não! O Poder Público não pode mais tratar episódios como esse com nomenclaturas que tratam de resumir a importância e o impacto dos acontecimentos. A sociedade não pode ser refém de um bando de baderneiros/criminosos que se uniformizam exclusivamente para a promoção de embates acéfalos e igualmente traumáticos.
As ações desenvolvidas até o momento, em Pernambuco e no Brasil, para o enfretamento desse tipo de torcedor/criminoso não surtiram o efeito esperado, e milhões famílias e os legítimos admiradores do futebol se afastam do esporte que é considerado uma das maiores paixões nacionais. Torcidas organizadas que mais lembram gangues seguem ganhando espaço, sendo muitas vezes bancadas financeiramente pelas direções dos próprios clubes.
Estamos a cinco meses da realização de nossa primeira Copa das Confederações e, ainda assim, assistimos à incapacidade do Poder Público em coibir os confrontos entre organizadas. Será que teremos que esperar tragédias ainda maiores para ver algo mais prático e eficaz? A Inglaterra, que sofreu problema semelhante – talvez até mais grave –, cumpriu à risca uma receita que eliminou a presença dos chamados hooligans dos estádios da Premier League (Campeonato Inglês) e, principalmente, das ruas próximas aos palcos do esporte.
A equação cadastramento, acompanhamento e banimento dos torcedores/criminosos resultou no fim de um problema que parecia insolúvel na Terra da Rainha. Lá, o Poder Público atuou com sintonia em todas as esferas para extirpar as gangues e seus membros do esporte, promovendo a tranquilidade necessária para familiares e verdadeiros torcedores voltassem aos estádios e andassem sem medo nos arredores dos campos de futebol. É um exemplo de que o problema tem solução e que ele não pode ser enfrentado apenas com paliativos.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=79464
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