segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Gasto com veículos supera receita do Meio Ambiente



O site Contas Abertas segue revelando números impressionantes dos gastos públicos, sobretudo ligados à União. Neste domingo (17), a página revela que os recursos direcionados à aquisição ou à manutenção dos chamados veículos oficiais superam, pasmem, as receitas que sustentam as ações do Ministério do Meio Ambiente. E não é só a pasta que tem a obrigação de encontrar o equilíbrio entre o desenvolvimento do País e a sustentabilidade fica para trás dos gastos com os carrinhos que transportam nossas autoridades. O Turismo e a Cultura também gozaram de menos dinheiro que a área. Isso é Brasil.

Leia, abaixo, o detalhamento completo publicado pelo Contas Abertas:

O governo federal desembolsou R$ 5,1 bilhões em aquisição e manutenção de veículos oficiais em 2012. O valor é três vezes maior do que o gasto de 2011, quando R$ 1,6 bilhão saiu dos cofres públicos. As despesas incluem acessórios, combustíveis e lubrificantes, impostos, taxas e pedágios, aluguel de carros e até serviços de estacionamento. A título de comparação, o montante gasto com os veículos da União em 2012 supera os dispêndios globais de três ministérios juntos: Meio Ambiente, Turismo e Cultura desembolsaram R$ 4,9 bilhões no ano passado.

Quase 80% dos gastos com automóveis em 2012 foram destinados à compra de veículos de tração mecânica, que custaram R$ 3,9 bilhões à União. Em 2011, menos da metade dos recursos dessa categoria de despesa (R$ 702 milhões) foram destinados à aquisição de carros. A compra de veículos de tração mecânica envolve desde a aquisição de viaturas e caminhões até ambulâncias e carros-pipa.
O Ministério da Defesa foi o maior responsável pelo aumento dos gastos com a aquisição de veículos de tração mecânica. Ao todo, a Pasta desembolsou R$ 2,8 bilhões em 2012. Os dispêndios do ministério com esse tipo de despesa foram onze vezes maiores do que os de 2011. No período, o órgão desembolsou R$ 252 milhões.

Os maiores desembolsos foram feitos pelo Comando Logístico do ministério, que gastou R$ 2,2 bilhões. A unidade desembolsou, por exemplo, R$ 376 milhões para a compra de 1.267 caminhões 4×4 da Mercedez-Benz do Brasil, para o Comando do Exército de São Bernardo do Campo (SP). Outros R$ 364 milhões foram destinados para aquisição da mesma quantia de automóveis da marca Volkswagen para o comando da capital paulista. As viaturas operacionais são camufladas e funcionam com qualquer tipo de diesel. O comando ainda gastou R$ 100 milhões na compra de 252 ônibus rodoviários interestaduais da marca Volkswagen, nas cores verde-floresta fosco.

De acordo com o Ministério da Defesa, o grande aumento nos gastos com veículos se deve ao PAC Equipamentos. Lançado pelo governo federal em 2012, o Programa de Aceleração do Crescimento destinou R$ 1,8 bilhão para o Ministério da Defesa. A verba foi disponibilizada por meio das Medidas Provisórias 572 e 573. A primeira abriu crédito extraordinário para atender ao projeto “Apoio a Comunidades Afetadas por Desastres ou Calamidades”. Já a segunda, da ordem de R$ 1,3 bilhão atende aos projetos estratégicos “Recuperação da Capacidade Operacional”, “Sistema ASTROS 2020” e “Família de Blindados Médios de Rodas GUARANI”.

Segundo o ministério, os outros R$ 994 milhões foram repassados para o órgão pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, além de fundos e segmentos do governo federal, que também incluem recursos do PAC Equipamentos.

Embora a compra de veículos tenha representado o aumento mais significante, outras despesas correlatas também cresceram. Os gastos com combustíveis, por exemplo, aumentaram 14% de 2011 para 2012, passando de R$ 302 milhões para R$ 344 milhões no ano passado.


Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=79509

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