Dados do Ministério da Saúde revelam que Pernambuco realizou 1.678 transplantes em 2012, o que representa 55% a mais em relação ao ano anterior. Por órgão transplantado, o resultado mostra que o Estado fez 1.084 cirurgias de transplante de córnea, 278 de rim, 162 de medula óssea, 133 de fígado e 18 de coração. Em toda a região Nordeste, o total chegou a 4.706, incremento de 20% no mesmo período avaliado. Em todo País, o aumento geral foi de 2,6% em 2012, quando o total de cirurgias chegou a 23,9 mil.
“Em 2012, o Brasil superou seu próprio recorde mundial de ser o País que mais faz transplantes totalmente públicos e gratuitos. Mas o que mais comemoramos é o crescimento de 47% na região Norte e 20% na Nordeste. Com isso, estamos conseguindo levar essa cirurgia tão complexa para perto das pessoas, salvando vidas nas regiões que menos realizavam transplantes”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A quantidade de doadores também cresceu. No País, o número passou de 2.207, em 2011, para 2.439, no ano passado. Com isso, pela primeira vez, o Brasil ultrapassou a marca de 10 doadores por milhão de população (PMP), atingindo a 12,7 em 2012. Em Pernambuco, o número de doares aumentou de 101 para 116, o que elevou de 11,4 para 13,1 a quantidade de doadores por milhão de população.
Com a tendência de aumento nos transplantes e de doadores, houve redução no número de pessoas que estão na lista de espera por uma cirurgia. No país, 26.662 pessoas aguardam por transplantes – o que significa uma redução de 4,2 em relação a 2011 (27.827).
Em números absolutos, São Paulo se destaca com 8.585 transplantes realizados, sendo a maior parte de córnea (5.541). O segundo estado com volume maior de transplantes é Minas Gerais – 2.179, seguido pelo Paraná (1.721), Pernambuco (1.678) e Rio Grande do Sul (1.673).
No ano passado, estados de Ceará, Pernambuco, Acre, Mato Grosso do Sul, Paraná, Espírito Santo, Distrito Federal e São Paulo já eliminaram a lista de espera para o transplante de córnea.
SNT – O Brasil é referência mundial no campo dos transplantes. Atualmente, 95% das cirurgias no País são realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS). O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é gerenciado pelo Ministério da Saúde, pelos estados e municípios.
A seleção dos potenciais receptores de órgãos é feita através de critérios clínicos, de acordo com cada órgão ou tecido, além da avaliação do tipo sanguíneo e o tempo de espera. O Brasil realiza transplantes de órgãos sólidos (coração, fígado, pulmão, rim e pâncreas), tecido ocular (córnea) e células (medula óssea).
Para atender a quantidade de pacientes e cirurgias de transplantes, existem no País 25 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos, sendo 11 delas sub-regionais; 11 câmaras técnicas nacionais; 748 serviços distribuídos em 467 centros; 1.047 equipes de transplantes; além de 62 Organizações de Procura por Órgãos (OPOs) no Brasil. O trabalho exige profissionais de várias áreas da saúde e afins, como psicologia, assistência social e policial.
Com relação à medula óssea, o Brasil conta com o terceiro maior registro mundial de doadores voluntários. Atualmente, são mais de 2,9 milhões de doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) – em 2000 eram 12 mil voluntários inscritos. O salto se deve em grande parte a campanhas publicitárias e ações de sensibilização do Ministério da Saúde, estados e municípios.
Medidas – Em 2012 o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou uma portaria que instituiu a atividade de tutoria em doação de órgãos e transplantes no País. Essa é uma forma do Ministério da Saúde estimular centros de excelência a capacitar serviços que queiram melhorar ou iniciar a realização desse tipo de cirurgia. O objetivo dessa ação é investir na capacitação e fortalecimento da rede brasileira de transplantes.
Um dos critérios para a habilitação de centros de excelência é fazer parte da rede pública ou ser entidade sem fins lucrativos que atenda de forma complementar ao Sistema Único de Saúde (SUS). Outros critérios são: ter experiência de dois anos ou mais na área; realizar, no mínimo, três tipos de transplantes, sendo dois de órgãos sólidos e/ou um de tecido ou, ainda, transplante de medula óssea alogênico não aparentado; desenvolver estudos e pesquisas na área, entre outros.
Outra decisão tomada foi a definição de que os hospitais habilitados para realização da cirurgia de transplante de rim podem usar o medicamento imunoglobulina em pacientes que apresentarem rejeição do órgão após a cirurgia. Esta iniciativa possibilita uma rápida recuperação, além da melhoria na qualidade de vida do paciente. E, para estimular a realização de mais transplantes no SUS, o Ministério da Saúde criou novos incentivos financeiros para hospitais que realizam cirurgias na rede pública. Com as novas regras, os hospitais que fazem quatro ou mais tipos de transplantes podem receber um incentivo de até 60%.
Para os hospitais que fazem três tipos de transplantes, o recurso será de 50% a mais do que é pago atualmente. Nos casos das unidades que fazem dois ou apenas um tipo de transplante, será pago 40% e 30% acima do valor, respectivamente. O impacto financeiro em 2012 foi de R$ 217 milhões.
Parceria – Em 2012 foram adotadas diversas medidas na área de transplantes no Brasil, como a parceria inédita com o Facebook, com criação da funcionalidade que permite que o usuário da mídia no Brasil se declarar doador de órgãos. Até o momento, mais de 121 mil pessoas se declararam doadoras.
Lançada no dia 30 de julho, a funcionalidade permite que os usuários da rede social no Brasil – cerca de 40 milhões de pessoas – possam compartilhar esta decisão com amigos e parentes. Para expressar no Facebook o desejo de ser um doador de órgãos, basta ir à Linha do Tempo e clicar em “Evento Cotidiano”. Depois é preciso selecionar a opção saúde e bem-estar e clicar em doador de órgãos.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=77081
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