Carolina Gonçalves e Renata Giraldi
Enviadas Especiais
Edição: Graça Adjuto
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-06-18/oceanos-e-programa-de-protecao-ambiental-deverao-ser-destaques-no-documento-final-rio20
Enviadas Especiais
Rio de Janeiro – O comando do Brasil nas negociações para a
conclusão do documento da Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, vai concentrar as atenções no
fortalecimento do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
(Pnuma) e na proteção dos oceanos. Ressaltando esses dois aspectos, os
negociadores confiam que o documento final será mais bem recebido pela
sociedade civil, que reagiu com críticas ao texto preliminar.
Nos bastidores do Riocentro porém, onde ocorrem as reuniões, as
divergências persistem. A falta de consenso sobre a criação de um
organismo autônomo de meio ambiente levou os negociadores à opção pelo
Pnuma. A resistência vem dos representantes dos países desenvolvidos em
se comprometer com a alocação de mais recursos e a falta de convergência
sobre a estrutura da futura instituição.
Para driblar a ausência de consenso, os negociadores optaram ontem
(17) por uma solução menos incisiva, que é incluir o assunto no capítulo
sobre governança global e descrever o tema de forma geral, esclarecendo
suas atribuições e meios de executar as ações que lhe serão submetidas.
O secretário executivo da Rio+20, embaixador Luiz Alberto
Figueiredo Machado, disse que o debate sobre o Pnuma foi o que mais
avançou nas negociações desde a noite de anteontem (16), quando o
governo brasileiro concluiu a primeira versão preliminar do texto da
Rio+20.
Na tentativa de amenizar o texto, apontado como pouco ambicioso,
segundo ambientalistas, Figueiredo Machado disse que o formato permitirá
avanços e detalhamentos futuros.
“Se não está fechado, o texto está praticamente concluído. [O
documento] fala sobre como queremos fortalecer coletivamente o Pnuma e
há descrição das funções e meios de implementar. Com isso, estamos
coletivamente dando um sinal claro de que o programa não sairá da
conferência como entrou”, disse o diplomata.
O item relativo aos oceanos também ganhará destaque no documento
final. Mesmo com os Estados Unidos se opondo a quaisquer medidas de
regulação em águas internacionais, alegando questões de segurança
interna, os negociadores brasileiros estão confiantes nos avanços dos
acordos. Porém, os norte-americanos temem que eventuais medidas de
regulação venham provocar reações estrangeiras a seus submarinos
dispostos em regiões estratégicas de alto-mar.
“Temos como fazer linguagem mais aceitável que leve ao mesmo
resultado. Não me preocupa a divergência porque a busca de linguagem
continua, ela vai ser encontrada e levará ao mesmo tipo de resultado”,
disse o embaixador.
Nas últimas 48 horas, a palavra de ordem é acelerar as negociações
para buscar um acordo sobre as questões divergentes antes da reunião de
cúpula, de 20 a 22, quando são esperados 115 chefes de Estado e Governo
na Rio+20.
Edição: Graça Adjuto
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-06-18/oceanos-e-programa-de-protecao-ambiental-deverao-ser-destaques-no-documento-final-rio20
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