A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) deferiu o pedido do advogado e ex-vereador do Recife Flávio Régis de Carvalho, e realiza, na próxima quinta-feira (13), sessão pública, às 9h, no auditório da sede do Ministério Público Federal, no bairro do Espinheiro. “Foi um crime que não teve uma investigação séria e até hoje não sabemos quem é o responsável. Quando eu era criança, as pessoas perguntavam como meu pai tinha morrido, eu dizia que foi de bomba”, afirmou.
O advogado é filho do jornalista Edson Régis de Carvalho – morto juntamente com o almirante Nelson Gomes Fernandes – no atentado à bomba no saguão do Aeroporto Internacional dos Guararapes, em 25 de julho de 1966. O alvo seria o então ministro do Exército e candidato à Presidência da República, general Costa e Silva.
Flávio Régis entrou com um pedido à Comissão da Verdade para a realização de audiência pública, alegando a necessidade de “cumprir seu papel e fazer justiça a todos que foram vítimas deste triste período da vida brasileira. É preciso investigar os fatos em sua completude”. Em 17 de dezembro, a advogada Iara Lobo de Figueiredo, filha de Raimundo Gonçalves de Figueiredo, também prestou depoimento sobre o episódio à Comissão.
Ainda no final de 2013, a Comissão Dom Helder Câmara apresentou ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), documentos comprobatórios da inocência dos engenheiros Ricardo Zarattini e Edinaldo Miranda – este último já falecido.
“Viemos ratificar a grave violação dos direitos humanos praticada pelo Estado, que produziu material inverídico culpabilizando e punindo inocentes. O Estado tinha conhecimento da verdade e permitiu, por exemplo, que Edinaldo fosse preso, processado e condenado. O ato da Comissão teve grande importância para o restabelecimento da verdade na historiografia pernambucana e brasileira”, disse o coordenador da Comissão Dom Helder Câmara, Fernando Coelho.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=152155
Nenhum comentário :
Postar um comentário