Por Carol Moura
Especial para a Folha de Pernambuco
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“É frustrante! Se há um limite para investigar, a verdade também será parcial”. Foi com essas palavras que o advogado e ex-vereador do Recife, Flávio Régis de Carvalho, terminou seu depoimento na sessão pública realizada pela Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, ontem, na Sede do Ministério Público Federal, sobre o atentado à bomba no Aeroporto Internacional dos Guararapes, no dia 25 de julho de 1966, do qual seu pai, Edson Régis de Carvalho, foi vítima. Edson faleceu em decorrência da explosão.
Durante a audiência, Flávio Régis pediu que fossem investigados o padre Alípio de Freitas e pessoas ligadas à organização Ação Popular (movimento revolucionário da época da Ditadura), além do fato do candidato à Presidência, na época, Marechal Costa e Silva, ter feito uma parada em João Pessoa e vir de carro a Recife e não de avião. Os acusados oficiais do atentado, o ex-deputado federal Ricardo Zarattini e o professor Edinaldo Miranda, foram inocentados, ano passado, pela Comissão da Verdade.
Porém, como a linha de investigação da comissão, firmada por lei, são as graves violações dos direitos humanos praticadas por agentes do Estado, o grupo irá apreciar o pedido formal de Flávio Régis e decidir os procedimentos tomados. O coordenador do colegiado em Pernambuco, Fernando Coelho, afirmou que o grupo não pode perder o foco. “Os fatos que ele falou foram praticados por inimigos do Estado, naquele momento. Mas será examinado sempre com a preocupação com a verdade”, ponderou. Coelho esclareceu que é difícil se chegar a uma verdade após “40, 50 anos depois do fato e com arquivos mexidos” e que ainda “existem documentos que não foram abertos”.
O advogado Albésio Farias informou que os familiares buscam a verdade. “Não podem engessar, proteger as temáticas políticas. A família quer que sejam identificados os culpados” disse Farias. Flávio Régis reiterou que os familiares não buscam vingança e nem represália aos culpados. “São todos anistiados, não vão ser presos, por que não assumir? Temos que escrever essa história com a verdade”, afirmou.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=152755
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