Com amplo domínio do jogo, o Brasil estrou com uma vitória por 3x1 em cima da Croácia na abertura da Copa do Mundo 2014. Depois de sair perdendo por 1x0, os donos da casa mostraram maturidade para colocar a bola no chão e buscar a vitória. Mesmo com a mancha de um pênalti inexistente não se pode dizer que o triunfo dos pentacampeões foi injusto. Neymar, duas vezes, e Oscar, marcara os gols da vitória que colocam os donos da casa na liderança do Grupo A com três pontos.
Quem esperava a Croácia ofensiva, se é que alguém imaginava isso, enganou-se redondamente. Mas nem por isso o time europeu deixou de ser perigoso. Os de xadrez amontoaram seus dez jogadores de linha no campo defensivo, isolaram o trio ofensivo verde e amarelo e quando tinham a bola ligavam o motor na velocidade máxima. A primeira mostra veio aos 45 segundos num chute rasteiro de Kovacic, que passou raspando a trave direita.
O Brasil lembrava o Barcelona em seus piores momentos: tocava muito a bola, mas apenas no meio de campo, sem conseguir fazê-la chegar aos homens de frente. O principal responsável por isso, o meia Oscar, nitidamente sem velocidade, não conseguia sair da marcação. Quem poderia aparecer como surpresa, os volantes Luiz Gustavo e Paulinho, guardavam posição. O primeiro, praticamente posicionado como um terceiro zagueiro. O segundo, fixo na proteção da defesa.
De contra-ataque em contra-ataque, a Croácia chegou ao gol aos dez minutos. Olic arrancou pela esquerda e cruzou rasteiro - algo que os croatas fizeram outras duas vezes - Marcelo vinha em velocidade e não teve tempo de cortar com perfeição. A bola terminou nas próprias redes dos donos da casa. Bastou abrir o placar para a Croácia abrir mão até do que estava dando certo. Em vez de metade como fizera até então, a Croácia ocupou apenas um quarto do espaço, obviamente aquele à frente de sua área.
O Brasil tomou conta do jogo, alugou o campo adversário e mostrou que o gol não abalou os atletas. O que faltou foi criar mais oportunidades para os atacantes finalizarem. Com menos gente no meio, Paulinho pôde sair um pouco mais e criou a primeira grande chance, aos 20. Ele entou no meio de dois marcadores mas chutou em cima de Pleitikosa. Mais um minuto e Neymar ia à linha de fundo. Mas o cruzamento foi cortado pela zaga croata. No rebote, Oscar mandou de canhota para Pleitikosa voar e fazer a defesa.
A casa caiu para o time de xadrez aos 28. Neymar desta vez apareceu pelo meio, rasgou a zaga rival e chutou rasteiro. Aparentemente a bola foi chorando, mas quando o goleiro atirou-se já tinha ido. Ela bateu na trave e entrou: 1x1. O jogo ainda teve mais 19 minutos de domínio amplo, geral e irrestrito dos brasileiros, mas é preciso dizer: faltou finalizar. Muita disposição na marcação de todo time, mas pouca bola chegando direto para o retângulo. E o maior sintoma foi a atuação de Fred, zero de produção.
O Brasil voltou para o segundo tempo com outra postura. Agora era chamar a Croácia para tentar sair em velocidade. Algo parecido com a arapuca armada pelo adversário até abrir o placar na etapa inicial. O problema do Brasil era imprimir velocidade na transição ofensiva - a saída da defesa para o ataque. Tentando melhorar nisso, Felipão tirou Paulinho para acionar Hernanes. Não melhorou muito.
Já Niko Kovac mostrou que estava satisfeito em empatar com os favoritos e donos da casa. Tirou um atacante para colocar um jogador de marcação. O jogo ficou amarrado, preso entre as duas intermediárias, já que a Croácia, quando tinha a bola, a tocava burocraticamente, sem ambição de vencer a partida. Muito passe errado e os dois goleiros apenas olhando os dez jogadores se engalfinharem no gramado.
Scolari resolveu dar mais velocidade com o garoto das pernas alegres, Bernard, no posto de Hulk, já pouco efetivo. Mas quem fez a diferença foi outro garoto, que joga lá do lado direito. Oscar lançou Fred na marca do pênalti. O camisa 9 dominou e desabou no gramado. A segurança com que o árbitro marcou a penalidade não convenceu os croatas que cercaram o japonês, mas sem conseguir fazê-lo voltar atrás no erro.
O erro do senhor Nishimura contagiou o goleiro Pleitikosa. Ele, que já havia saltado com uns dez segundos atrasado no primeiro gol, saltou para defender o chute de Neymar com as mãos moles. A bola tocou na direita, que estava 'vazada'. Ou seja, gol do desafogo canarinho. Depois, o camisa 1 croata usou as mãos com mais força para tentar arrancar os cabelos de raiva. Era tarde demais.
Com o gol, finalmente a Croácia atirou-se à frente e é preciso dizer que os brasileiros souberam se defender com muita competência. Tanto que o chute mais perigoso foi lá de longe da área. Modric deu o ar da graça aos 40 minutos e Julio Cesar defendeu. O contra-ataque tão aguardado só veio aos 45. Oscar arrancou com a bola e chutou de bico no canto direito. Mais uma vez Pleitikosa saltou em câmera lenta e o camisa 11 brasileiro não só sacramentou a vitória como sua grande atuação.
Ficha do jogo:
Brasil: Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes) e Oscar; Hulk (Bernard), Neymar (Ramires) e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Croácia: Pleitikosa; Darijo Srna, Vedrán Corluka, Dejan Lovren e Vrsaljko; Modric, Raktic, Jelavic, e Ivan Perisic; Olic e Kovacic (Brozovic). Técnico: Nico Kovac
Local: Arena Corinthians (São Paulo. Árbitro: Yuichi Nishimura (Japão). Assistentes: Toru Sagara e Toshiyuki Nagi (ambos do Japão). Gols: Marcelo (contra), aos dez; e Neymar, aos 28 do primeiro tempo. Neymar, aos 25; e Oscar, aos 45 do segundo tempo. Cartões amarelos: Luiz Gustavo, Corluka, Lovren e Neymar.
Fonte:http://especiais.ne10.uol.com.br/arenadasnacoes/noticia/brasil-sofre-no-comeco-vira-o-jogo-e-estreia-com-vitoria-na-copa-962
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