AE – Planilha de financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Delta Construções mostra
que a empreiteira recebeu R$ 139 milhões entre 2010 e 2012, período das
investigações que deram origem à Operação Monte Carlo. O valor
representa mais da metade do total de empréstimos – R$ 249,7 milhões –
obtido pela construtora, suspeita de envolvimento com integrantes da
organização de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Só no governo da presidente Dilma Rousseff, segundo documentos
obtidos pela reportagem, foram mais de R$ 119 milhões, sendo R$ 75,1
milhões em 2011. É o maior valor desde 2001, início das operações
financeiras da construtora com o banco. Investigada pela CPI do
Cachoeira, a empresa teve o sigilo bancário quebrado pelos
parlamentares. O valor da dívida da Delta com o sistema BNDES-Finame é
de R$ 160,3 milhões, com vencimentos até 2020.
A análise dos dados mostra que, no período em que a Delta irrigou
contas de empresas suspeitas de serem de fachada, o BNDES emprestou R$
20,5 milhões à empreiteira, por meio das operações indiretas. Relatórios
da Polícia Federal registram empresas cuja única fonte de renda
identificada eram os repasses da Delta. Entre elas estão a Alberto e
Pantoja Construções, que recebeu R$ 26,2 milhões, e a Brava Construções,
com R$ 13 milhões. Ambas eram gerenciadas por Geovani Pereira,
tesoureiro de Cachoeira e operador financeiro do esquema do
contraventor, que está foragido.
Os empréstimos feitos pela Delta fazem parte do Finame, linha específica para compra de máquinas e equipamentos. A empreiteira assinou 701 contratos, que variam de R$ 2,1 mil a R$ 4,3 milhões Mas a checagem do uso do dinheiro, segundo o banco, é feita depois, por amostragem. De acordo com o BNDES, esse financiamento utiliza recursos do banco repassados por meio de agentes financeiros. A aquisição das máquinas pode ser feita pelo intermediário diretamente com o fornecedor ou por reembolso. A taxa de juros dos contratos da construtora varia entre 4,5% e 15,75% ao ano.
Os empréstimos feitos pela Delta fazem parte do Finame, linha específica para compra de máquinas e equipamentos. A empreiteira assinou 701 contratos, que variam de R$ 2,1 mil a R$ 4,3 milhões Mas a checagem do uso do dinheiro, segundo o banco, é feita depois, por amostragem. De acordo com o BNDES, esse financiamento utiliza recursos do banco repassados por meio de agentes financeiros. A aquisição das máquinas pode ser feita pelo intermediário diretamente com o fornecedor ou por reembolso. A taxa de juros dos contratos da construtora varia entre 4,5% e 15,75% ao ano.
Principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
a Delta foi a empresa que recebeu o maior volume de recursos do governo
nos últimos três anos. Foram R$ 2,4 bilhões em obras e serviços. A
construtora tem mais de 300 contratos com 23 Estados e o Distrito
Federal. Além de construção civil, a empreiteira atua em coleta de lixo,
concessão de rodovias e construção de linhas de transmissão de energia.
Em nota, a Delta informou que o Comitê Executivo que passou a gerir a
empresa decidiu que só voltará a se manifestar publicamente após a
resposta da Justiça do Rio sobre o pedido de recuperação judicial. Na
segunda-feira, a empresa entrou com a medida para evitar a falência,
depois que a holding J&F Participações desistiu da compra da
empreiteira, alegando “crise de confiança e credibilidade”.
Durante a negociação da venda da Delta para a holding, o governo
barrou um requerimento da oposição para convocar o presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, e representantes das empresas. Os parlamentares
queriam obter esclarecimentos sobre a compra com a justificativa de que o
frigorífico JBS, uma das principais empresas da holding, recebeu
aportes milionários do banco nos últimos anos. O BNDES afirmou que não
iria se pronunciar sobre valores e contratos da Delta. Em relação à
dívida, o banco informou que caberá aos agentes financeiros contratados
acompanhar o andamento dos empréstimos.
Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=29459
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