Por Jumariana Oliveira
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
Após 37 anos da morte de João Goulart, a exumação dos restos mortais do ex-presidente da República, enfim, deverá ser realizada. A decisão foi anunciada no início da semana passada, após uma reunião entre parentes de Jango, representantes da Comissão Nacional da Verdade e a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário. O objetivo é descobrir o real motivo da morte de João Goulart. A versão oficial divulgada por autoridades do regime militar é de que o ex-presidente foi vítima de um ataque cardíaco. No entanto, há rumores de que Jango pode ter sido envenenado.
O processo de exumação deverá ter início em setembro e vai ser conduzido pela Polícia Federal. Porém, poderá não ter o êxito esperado em virtude do tempo já decorrido. Na semana passada, a coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso, explicou que as investigações estão inseridas em um conjunto de provas que mostram que Jango “foi assassinado, não morreu de morte natural”. Rosa Cardoso declarou ainda que, caso necessário, o Governo poderá requisitar técnicos e equipamentos de outros países.
Ao abrir a reunião com a família de Jango, a ministra Maria do Rosário disse que a investigação está sendo feita a pedido da família e que “é um dever do Brasil promover o resgate histórico das circunstâncias que envolvem a morte de João Goulart”. Jango é o único presidente da República brasileiro que morreu no exílio. “É necessário que as circunstâncias de sua vida e sua morte sejam conhecidas da nação brasileira”, afirmou a ministra, durante a reunião com a família de João Goulart. Também participaram da reunião a secretária de Direitos Humanos do Uruguai (país onde Jango esteve exilado antes de ir para a Argentina), Graciela Jorge; representantes da Cruz Vermelha Internacional e Brasileira; e peritos da Polícia Federal.
O ex-presidente morreu no dia 6 de dezembro de 1976, na cidade de Mercedes, na Argentina. A versão de parentes e amigos é de que João Goulart morreu em virtude da substituição de medicamentos usados por ele diariamente. A troca dos remédios teria sido feita por agentes da repressão uruguaia. Por isso, em 2007, familiares entraram com um pedido de investigação no Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul.
Em 2011, a mesma solicitação foi feita à Secretaria de Direitos Humanos, que tem status de ministério. Este ano, os parentes também pediram a colaboração da Comissão da Verdade, que por sua vez, já tem investigações que apontam que Goulart foi vítima da Operação Condor (montada pelas ditaduras militares do Brasil, Argentina, Uruguai e Chile).
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