Por Kleber Nunes
Da Folha de Pernambuco
Entre o dia 1º de janeiro e 30 de junho deste ano, o Procon-PE recebeu 3.091 reclamações somente contra as empresas de telefonia móvel que operam no Estado – Oi, TIM, Vivo e Claro. O número é quase 20% maior do que o índice de queixas registradas no mesmo período do ano passado. Os dados constatam a insatisfação dos clientes com o serviço considerado essencial, e demonstram uma queda considerável na qualidade do serviço.
No ranking dos principais problemas estão a cobrança indevida, a dificuldade para cancelar um produto ou a própria linha e o vício de qualidade, ou seja, serviços inadequados ou mal executados como queda de sinal e atraso no recebimento de mensagens (SMS), por exemplo. As empresas mantêm a alegação de que investem constantemente na melhoria dos serviços, e do outro lado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) diz que fiscaliza de perto as companhias e que continua a impor metas de qualidade.
Em meio a números milionários e discursos, quem sofre é o consumidor. O gestor financeiro Augusto Albuquerque, 26, já perdeu as contas dos aborrecimentos que teve com a operadora do celular. Problemas de falta de sinal para ligações e de 3G para acesso à internet são constantes. “É evidente que não há suporte das empresas para a demanda de clientes. Já tive problemas sérios no trabalho por causa da minha operadora que não tem boa cobertura na Região Metropolitana. Eu pelo menos não vejo um controle rigoroso por parte da Anatel”, reclama.
O coordenador geral do Procon-PE, José Rangel, é enfático: o aumento no número de reclamações no órgão de defesa do consumidor se deve a queda na qualidade do serviço prestado pelas empresas de telefonia móvel. “É evidente que as operadoras não estão oferecendo o serviço como deveria para o consumidor que paga e tem direito”, afirma. “A prova é a presença constante dessas empresas no ranking das dez mais reclamadas todos os meses”, completa.
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