Campanha de Dilma ganha reforço com conselho

Comitê da líder petista foi inaugurado nesta segunda (25) (Bruno Campos/Folha de Pernambuco)

Atualizada às 22:40

A campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição ganhou um reforço a partir desta segunda-feira (25), em Pernambuco, com a instalação do conselho político dos partidos que compõem a base e com a inauguração do comitê da petista, que contou com a presença do candidato a governador pela coligação Pernambuco Vai Mais Longe, senador Armando Monteiro Neto (PTB). A ideia é que o colegiado se reúna entre três e quatro vezes até o final da eleição.

Participaram do encontro e da coletiva de imprensa os presidentes do PTB, José Chaves; do PCdoB, Alani Cardoso; do PTdoB, José Belarmino; do PRB, Carlos Geraldo; além do senador Humberto Costa (PT), coordenador da campanha da petista em Pernambuco. O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) chegou ao final.

Alvo

Durante a coletiva, o senador Humberto Costa voltou a falar da ex-senadora Marina Silva, candidata à Presidência pelo PSB e manteve a mesma opinião de antes. “Eu avaliava que, no segundo turno, Eduardo (Campos) seria mais forte por reunir apoios tanto de esquerda quanto do centro”. Mesmo assim, alfinetou a socialista: “O fenômeno Marina é um somatório de muitas coisas contraditórias entre si”.

Na avaliação do petista, Marina Silva tem o discurso de nova política, de democracia, mas para quem a conhece de perto, ela é centralizadora e autoritária. “Marina em economia e política social ninguém sabe o que ela é. Não é carne nem peixe”, afirmou. Ele avaliou também que a socialista deve tentar construir um discurso baseado somente na ética. “E todos sabem o que o discurso baseado somente nisso pode acarretar. Veja o caso de 1989”, continuou, lembrando a eleição de Fernando Collor de Mello, hoje aliado do PT, que à época utilizou o discurso de “caçador de marajás”.

Durante a inauguração do comitê, Humberto voltou a criticar Marina. Segundo o senador, a socialista poderia ter sido responsável por um apagão no Brasil quando era ministra de Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Se Lula concordasse com ela (Marina Silva) nós estaríamos vivendo um apagão pior que o da época de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ela foi contra a Transposição do Rio São Francisco e do Belo Monte. É mentira que o Brasil deixou de se preocupar com o meio ambiente”, relatou o parlamentar.

Injustiça

O candidato ao Governo do Estado Armando Monteiro Neto (PTB) defendeu as críticas que Dilma vem recebendo dos adversários. Segundo ele, a petista administra o país em meio a uma crise internacional e, por isso, é injusto comparar sua gestão com a de presidentes anteriores. “Dilma em um momento dificil tem feito uma travessia com um custo social muito pequeno. Lá fora este custo é muito elevado. É lamentável os comentários que, de forma simplista, tentam estabelecer alguns marcos de comparação que são absolutamente inadequados”, declarou.

Avião

Já a presidente estadual do PT, deputada Teresa Leitão (PT), teceu críticas aos boatos sobre um possível envolvimento do PT no acidente que vitimou Eduardo Campos. “Não vamos permitir que o nosso partido seja alvo de indiretas sobre a queda de um avião que não dirigia. A pergunta que se deve fazer é quem comprou o avião. Devemos ter muito cuidado com o que nós vamos fazer e dizer. Precisamos estar com o programa na ponta da língua”, disse.

Lóssio

Presente na inauguração do comitê, o prefeito do município de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), afirmou que é a “dissidência da dissidência”. A declaração é por conta da ala do PMDB em Pernambuco a favor do candidato ao Governo do Estado pela Frente Popular, Paulo Câmara (PSB). O partido nacionalmente apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

”Houve uma recusa de ceder à Direção Nacional. Apesar dessa divergência eu tenho uma relação muito boa com Dorany Sampaio (presidente estadual do PMDB). Foi Dorany que me fez conhecer Michel Temer (vice-presidente da República pelo PMDB). Ele liberou recursos para Petrolina e agora chegou a hora de se solidarizar com Temer”, relatou o peemedebista, em conversa com a imprensa.

Em discurso, o gestor enalteceu o candidato Armando Monteiro Neto (PTB) e disse que o que mais aprendeu na vida foi “vencer o PSB”.

Com informações de Tauan Saturnino, especial para a Folha.

Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=178858