sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Armando defende ampliação de corredores de BRT


Candidato foi sabatinado na Rádio Folha FM 96,7 (Foto: Felipe Ribeiro/Folha de Pernambuco)










Durante sabatina promovida pela Rádio Folha FM 96,7, nesta quinta-feira (11), o senador Armando Monteiro Neto (PTB), candidato a governador pela coligação Pernambuco Vai Mais Longe, condenou a situação da mobilidade no Recife e propôs a ampliação dos corredores dos BRTs. “A situação do Recife é algo terrível. Acho que os corredores dos BRTs têm que ser concluídos e precisamos ampliar os corredores, os BRTs. E precisamos renovar os trens do metrô”, assegurou o petebista. O candidato participou da série de entrevistas com os postulantes ao Palácio do Campo das Princesas. Confira trechos da entrevista:
PORQUE QUER SER GOVERNADOR

“Porque eu acumulei ao longo da minha vida pública uma experiência que me credencia a poder servir ao meu Estado. Evidentemente que nós temos aqui nossas raízes, temos muito amor a Pernambuco e entendemos que Pernambuco vive um momento muito importante da sua trajetória. O Estado cresceu nos últimos anos, é verdade, mas nós não fomos capazes ainda de moldar uma sociedade mais equilibrada. Os nossos indicadores socioeconômicos, sobretudo os indicadores sociais ainda constrangem. Pernambuco precisa avançar muito nos próximos anos. E para avançar é preciso que nós façamos aí um amplo processo de mobilização da sociedade e esse processo exige experiência, liderança e compromisso”.

DESAFIOS

“Primeiro, nós temos um imenso déficit na área de políticas públicas. Pernambuco ainda se situa muito mal no ranking nacional em relação aos índices do Ideb tanto nos anos iniciais do ensino fundamental quanto nos anos finais. Nós tivemos sempre entre 22 a 18 posição no ranking nacional. Por outro lado, nós temos uma taxa de analfabetismo da população superior a 15 anos que é o dobro da média nacional. Nós temos 18,5 de analfabetos acima de 15 anos. O Brasil tem 9%. Por outro lado, nós temos carência de infraestrutura ainda imensa que são claramente identificadas. O sistema viário de Pernambuco não está em boas condições. Nós temos importantes obras que precisam ser completadas. No outro lado, nós temos outras áreas como a da saúde, por exemplo, em que Pernambuco convive com indicadores que são ruins. Índice elevado de mortalidade materna. A maior taxa de morte por doenças cardiovasculares do Nordeste. As pessoas sofrem muito em Pernambuco com o grande tempo de espera pelos exames e nós não temos sequer 20% de cobertura médica nos postos de saúde. Temos ainda um outro problema desafiador em Pernambuco que é a imensa concentração da atividade econômica na área metropolitana. Então, nós temos um desenvolvimento que aponta para muitos desníveis interregionais que foram agravados”.

IDEB

“O que nós tivemos foi uma melhoria no ensino médio. Mas no ensino fundamental nós ainda temos um desempenho ruim. Eu quero dizer que é importante ter escolas de referência, escolas de tempo integral, mas o mais importante do que isso é elevar pela base o desempenho do sistema. Por isso é que a nossa proposta é de fazer uma relação cooperativa entre o Estado e os municípios muito estreita na área educacional permitindo que a gente ofereça ao município um suporte técnico pedagógico para que ele possa elevar o desempenho. Um modelo de gestão pedagógica. Podemos, inclusive, adotar uma matriz curricular única, que algo que outros Estados já fizeram. Podemos oferecer incentivos inteligentes para que os municípios sintam-se cada vez mais estimulados a investir na melhoria da educação. Usando a cota parte do ICMS para premiar aqueles municípios que oferecem o melhor desempenho na educação. Um outro ponto muito importante é a valorização do magistério. Pernambuco paga salários muito baixos aos professores”.

SALÁRIO

“Essa é uma contradição porque quando você pode fazer, não fez (concessão de aumento salarial). Quando teve um grande aumento de arrecadação não fez. Agora, com uma promessa de caráter eleitoreiro, que autoridade tem o candidato para poder dizer que vai ampliar o salário em três anos se em oito não fizeram e no melhor período que o Estado teve. É uma promessa demagógica”.

QUEIXAS

“Eu nunca neguei que participei do governo. Mas o governo tem insuficiências. Eu tô falando dos desafios que Pernambuco tem pela frente. E sempre reconhecemos que no governo Eduardo muitas coisas foram feitas. Tanto é verdade que eu disse que nós tivemos um período de desenvolvimento econômico. Nós tivemos avanços em algumas áreas que podem ser identificados. Mas temos muito o que fazer. Eu nunca fiz a desconstrução do governo Eduardo. Eu nunca fiz com Eduardo o que o PSB faz com Dilma. Me surpreende ver, por exemplo, algumas figuras do PSB que estavam até ontem no Governo Federal, dizer que Dilma parou o País, vitimou o País. Eu nunca fiz isso e acho que o povo sabe entender. Agora, temos que olhar para frente. Encarar os novos desafios que Pernambuco tem diante de si. E isso exige foco, visão estratégica e, evidentemente, revisão de prioridade”.

SAÚDE

“Os hospitais regionais não estão dotados de condições mínimas para resolver problemas de média complexidade. Significa dizer que os pernambucanos têm que se deslocar muitas vezes. É inaceitável que Pernambuco não tenha dotado os hospitais regionais, as unidades regionais de condições para resolver problemas de média complexidade. Por isso, na nossa proposta nós vamos levar para junto das UPAs Especialidades centros de diagnóstico e exame para que as pessoas possam fazer o diagnóstico e os exames em prazos razoáveis. Um dos grandes desafios que nós temos é integrar, qualificar e investir na rede de hospitais do Interior. O nosso programa tem três eixos. Cobertura na atenção básica, melhorar o tempo de exames e descentralizar as emergências cardiológicas criando uma rede de cuidado do coração, inclusive com duas unidades novas no Interior. E por outro lado, precisamos também cuidar do câncer. Unidades de oncologia que precisam ser instaladas também. Há outro problema da espera para cirurgias eletivas. Para isso, temos uma proposta que é de implantar nos hospitais existentes um terceiro turno para realização de cirurgias. E sobre a questão das especialidades temos que oferecer incentivos para que os médicos se fixem no Interior. E investir na residência médica no Interior. Queremos também dobrar as vagas do curso de medicina em Pernambuco porque o grande desafio é fixar os médicos”.

SANEAMENTO BÁSICO/PPP

“Nós temos em Pernambuco menos de 20% de cobertura de saneamento. Uma situação grave. Tem cidades importantes como Jaboatão que tem uma cobertura inferior a 10%. Então, nós temos que fazer num prazo curto um grande esforço para ampliar os investimentos nessa área. A PPP é um caminho e foi um caminho. Não ha duvida nenhuma. Agora a PPP exige que o Estado tenha uma estrutura para acompanhar a PPP. Fiscalizar, monitorar, de modo a assegurar o cumprimento das metas. Nesse caso da PPP. Nesse modelo de parceria que tem que ser feito pela Compesa. Ou seja, o agente privado, a empresa privada, tem o compromisso de investir, mas a Compesa também tem. Então, nós temos que elevar os investimentos da Compesa. A Compesa tem que investir mais e oferecer um serviço melhor. Eu acho que dada a urgência, temos que buscar parceiras com o setor privado. Precisamos eventualmente ampliá-las. A situação de municípios que o programa de investimento que a Compesa assumiu não realizou”.

MATA NORTE

“Temos um olhar para a região. Quero destacar pelo um ato de justiça, que a 408 foi feita com recursos federais. Os recursos que viabilizaram a duplicação da 408 foram recursos federais. Com relação a Mata Norte é evidente que temos que fazer que esse polo em Goiana, que é um grande polo industrial, que decorre de uma decisão acertada que o governo tomou, de tentar criar um novo polo de desenvolvimento, é preciso que os benefícios possam chegar a todas as regiões ou o maior numero de municípios lá na Mata Norte. Por enquanto esse efeito está beneficiando mais alguns municípios do Litoral Norte, o que é também positivo. Eu lembro que Itapissuma, Igarassu estão se integrando a esse novo eixo. Mas nós precisamos olhar o outro lado. Em direção que estão deprimidas com a crise do setor canavieiro. Esse é o caso de Timbaúba, Aliança, Vicência, de Nazaré e aí o desafio é integrar essas áreas a esse novo polo de desenvolvimento. Isso só se faz de duas formas: ampliando os programas de qualificação e formação profissional, e nós temos com o Pronatec. Temos que investir na formação e qualificação dos jovens da região. É preciso investir também na infraestrutura”.

INFRAESTRUTURA

“No Agreste temos uma obra fundamental que foi viabilizada com recursos federais. Aliás, a obra foi delegada ao governo estadual e apresentou problemas. Estou me referindo a 104 que deveria vir de Agrestina até a fronteira com a Paraíba, mas na verdade ela se iniciou em Caruaru. O trecho que nascia em Agrestina foi abandonado. Então nós temos hoje o trecho de Caruaru até Toritama concluído. Mas não concluímos o trecho que iria até o Pão de Açúcar para aí sim ligasse a PE 160 e leva o polo de confecções de Santa Cruz do Capibaribe. Temos problemas na execução da obra da 104 que foi delegado ao Governo do Estado. O Governo do Estado vai fazer agora uma nova licitação para concluir esse trecho da 104. O Governo Federal colocou mais de 240 milhões nessa obra. Quero lembrar uma prioridade fundamental que a recuperação da BR-232. Ela está se deteriorando. O governo precisa requalificar e é uma decisão que temos que tomar”.

MOBILIDADE

“O Brasil atrasou-se nessa agenda. O Brasil foi imprevidente. Ou seja, toda aquela visão de planejamento que deveria ter orientado os investimentos há 20 anos atrás, o Brasil negligenciou. Ficou oferecendo muito incentivo ao transporte individual e de repente nos demos conta que as cidades estão ficando disfuncionais. Recife no ultimo levantamento é a quarta cidade que se leva mais tempo para ir de casa para o trabalho. A pesquisa tem dois anos. Se atualizar a pesquisa eu tenho a impressão que podemos estar na liderança. A situação do Recife é algo terrível. Acho que os corredores do BRTs têm que ser concluídos e precisamos ampliar os corredores, os BRTs. E precisamos renovar os trens do metrô. Esse sistema poderia transportar mais passageiros se nós renovássemos os trens”.

ECONOMIA

“Nós teremos uma política amigável aos pequenos. Reconhecendo que eles têm que pagar o imposto, mas reconhecendo que têm que pagar de acordo com a sua capacidade econômica. Essa legião anônima que faz a força da nossa economia. No nosso governo o micro e pequeno empresário terão apoio e será tratado de forma amigável. Vou encaminhar à Alepe a proposta da lei estadual do Simples. Isso vai garantir que haja uma segurança do pequeno na manutenção do tratamento tributário”.

Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=180950

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