Mulheres e jovens. Esse é o novo perfil de dependentes que está procurando ajuda nos Alcoólicos Anônimos
Laís Capistrano especial para o Diario
Um novo perfil de dependentes formado por mulheres e jovens passou a procurar ajuda nos grupos do Alcoólicos Anônimos (AA) no estado. Antes minoria, a presença feminina, em alguns grupos, já chega a ser igual a dos homens. Em geral, as mulheres começam a procurar tratamentos mais tardiamente, devido à não aceitação da doença. Paralelamente, são elas as presas mais fáceis em função de o corpo acumular 11% a menos de água, frente aos homens, o que favorece à dependência mais rápida do álcool. Outro fator preocupante, segundo médicos e especialistas, é a precocidade apresentada pelo novo público. A faixa etária que passou a pedir socorro no AA é de dependentes entre 18 e 25 anos, de ambos os sexos.
Segundo o médico endocrinologista e metabologista Edinário Lins, o sexo feminino dispõe de menos enzimas para oxigenar o etanol no organismo. “Cerca de 90% das bebidas alcoólicas ingeridas são metabolizadas pelo fígado. Quando há um consumo descontrolado da droga, alguns órgãos são prejudicados e até pode ocasionarar um câncer. Os tipos mais comumente associados ao alcoolismo são os de esôfago, estômago, pâncreas e fígado”.
A pré-disposição genética é um ponto importante a ser analisado, no entanto, outros fatores merecem igual atenção. “O contato com o álcool começa, para muitos dependentes, ainda na infância ou início da adolescência, o que proporciona o quadro vicioso tão cedo”, alerta o médico. Em dez anos, 130 novos grupos de apoio surgiram no estado. Hoje, são 450, a maioria na Região Metropolitana do Recife. Esse aumento significativo se dá pela procura crescente dos dois segmentos, segundo a coordenação da instituição em Pernambuco.
A dependência alcoólica ainda é vista sob uma ótica preconceituosa, o que dificulta o processo de recuperação dos dependentes. “Durante o tratamento, muitas vezes a chave para a recuperação do paciente está no apoio familiar. Em alguns casos, o trabalho realizado com família é mais intenso e duradouro do que com o próprio dependente”, explicou a psicóloga especialista em alcoolismo, Francinete Xavier Borba. Ela ressaltou que a displicência paterna, somada ao sentimento de autonomia da ala jovem, potencializam o surgimento da doença. E alcoolismo mata.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o consumo excessivo de álcool é o 3º maior responsável pelas mortes no mundo. Embora não tenha cura, é possível controlar a enfermidade. A psicóloga aponta caminhos. “Para as mulheres, a recuperação é ainda mais dolorosa. Ela necessita do apoio de toda a família”. Em muitos casos, o estímulo para prosseguir no tratamento vem de membros de grupos de apoio, segundo as mulheres.
“O primeiro passo é evitar o primeiro gole”, aconselha o coordenador do AA no estado, R.J. A maioria dos alcoólicos que procura apoio em grupos diz conseguir resultados mais satisfatórios no combate à doença.Ele ressaltou que a instituição registrou um aumento de quase 300% no número de ligações nos últimos anos. E qualquer pessoa pode ligar para o 3221-3592 ou mandar um e-mail para ctorecifeesl@areapeaa.org.br e saber onde procurar ajuda. O anonimato é garantido.
Laís Capistrano especial para o Diario
Um novo perfil de dependentes formado por mulheres e jovens passou a procurar ajuda nos grupos do Alcoólicos Anônimos (AA) no estado. Antes minoria, a presença feminina, em alguns grupos, já chega a ser igual a dos homens. Em geral, as mulheres começam a procurar tratamentos mais tardiamente, devido à não aceitação da doença. Paralelamente, são elas as presas mais fáceis em função de o corpo acumular 11% a menos de água, frente aos homens, o que favorece à dependência mais rápida do álcool. Outro fator preocupante, segundo médicos e especialistas, é a precocidade apresentada pelo novo público. A faixa etária que passou a pedir socorro no AA é de dependentes entre 18 e 25 anos, de ambos os sexos.
Segundo o médico endocrinologista e metabologista Edinário Lins, o sexo feminino dispõe de menos enzimas para oxigenar o etanol no organismo. “Cerca de 90% das bebidas alcoólicas ingeridas são metabolizadas pelo fígado. Quando há um consumo descontrolado da droga, alguns órgãos são prejudicados e até pode ocasionarar um câncer. Os tipos mais comumente associados ao alcoolismo são os de esôfago, estômago, pâncreas e fígado”.
A pré-disposição genética é um ponto importante a ser analisado, no entanto, outros fatores merecem igual atenção. “O contato com o álcool começa, para muitos dependentes, ainda na infância ou início da adolescência, o que proporciona o quadro vicioso tão cedo”, alerta o médico. Em dez anos, 130 novos grupos de apoio surgiram no estado. Hoje, são 450, a maioria na Região Metropolitana do Recife. Esse aumento significativo se dá pela procura crescente dos dois segmentos, segundo a coordenação da instituição em Pernambuco.
A dependência alcoólica ainda é vista sob uma ótica preconceituosa, o que dificulta o processo de recuperação dos dependentes. “Durante o tratamento, muitas vezes a chave para a recuperação do paciente está no apoio familiar. Em alguns casos, o trabalho realizado com família é mais intenso e duradouro do que com o próprio dependente”, explicou a psicóloga especialista em alcoolismo, Francinete Xavier Borba. Ela ressaltou que a displicência paterna, somada ao sentimento de autonomia da ala jovem, potencializam o surgimento da doença. E alcoolismo mata.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o consumo excessivo de álcool é o 3º maior responsável pelas mortes no mundo. Embora não tenha cura, é possível controlar a enfermidade. A psicóloga aponta caminhos. “Para as mulheres, a recuperação é ainda mais dolorosa. Ela necessita do apoio de toda a família”. Em muitos casos, o estímulo para prosseguir no tratamento vem de membros de grupos de apoio, segundo as mulheres.
“O primeiro passo é evitar o primeiro gole”, aconselha o coordenador do AA no estado, R.J. A maioria dos alcoólicos que procura apoio em grupos diz conseguir resultados mais satisfatórios no combate à doença.Ele ressaltou que a instituição registrou um aumento de quase 300% no número de ligações nos últimos anos. E qualquer pessoa pode ligar para o 3221-3592 ou mandar um e-mail para ctorecifeesl@areapeaa.org.br e saber onde procurar ajuda. O anonimato é garantido.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/02/26/vidaurbana5_0.asp
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