quinta-feira, 29 de março de 2012

Eduardo e Jarbas de olho no futuro

Reaproximação de governador e senador desenha novo cenário para a política estadual

Rosália Rangel

O processo de reaproximação entre o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ainda tem muito chão para avançar. A proximidade entre os dois não é fundamental para o projeto nacional de Eduardo, mas é essencial para aplainar dificuldades e abrir espaços para que o governador consolide a sua pretensão de disputar a Presidência da República, seja em 2014 ou em 2018. Um percurso a ser pedalado com habilidade e, se possível, com a ajuda de “adversários” de peso no âmbito nacional.

Levando em consideração que, em política, os gestos valem mais que palavras, Eduardo está estrategicamente pavimentando o caminho. Ao acenar para opositores históricos, a exemplo de Jarbas, o socialista mostra ser um líder que governa com o olhar voltado para a população em detrimento das divergências políticas. Quer ser visto como um estadista e um político capaz de dialogar com lideranças de todas as cores partidárias.


Atuando dessa maneira, o governador se insere no cenário nacional com outro status. A ele não interessa alimentar disputas paroquiais. Prefere tratar das “brigas” que sensibilizem a opinião pública de todo o país. Ao se relacionar com Jarbas, se aproxima do PMDB não fisiológico, contrário às posições da ala peemedebista comandada pelos senadores José Sarney e Renan Calheiros. Na condição de aliado fiel do ex-presidente Lula, e nem tanto assim do PT, Eduardo circula junto ao PSDB, do senador Aécio Neves, e do PSD, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e agora tentar se aproximar do PMDB.


Justificativa


Ontem, o governador falou sobre os motivos que o levaram a procurar o senador Jarbas Vasconcelos, em Brasília, na última quarta-feira. “O interesse de Pernambuco está acima de qualquer um de nós e de qualquer vaidade. Devemos deixar as opiniões pessoais de lado e cuidar do que realmente interessa, que é entregar ao povo do estado dias melhores”, disse o socialista no discurso que fez na cidade de Cachoerinha, no Agreste. Mais uma vez assumindo o papel de apaziguador, o governador lembrou que a quarta-feira foi marcada por outro encontro de adversários: os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT) estiveram juntos em São Paulo.


Saiba mais


Interesses que unem


Eduardo Campos


Jarbas é um nome com dimensão nacional na oposição


O senador integra o PMDB não fisiológico


Mostra o poder de inserção do governador no campo adversário


A proximidade facilita o trânsito no PMDB, partido que vem alimentando desconfiança em relação ao PSB


Jarbas Vasconcelos


Aumenta a chance de disputar a reeleição para o Senado com o apoio – implícito ou explícito – de Eduardo em 2014


Reforça que os interesses do estado estão acima das diferenças partidárias


No campo estadual, possíveis tensionamentos entre PMDB e PSB na eleição deste ano podem ser amenizados


Com isso, o PMDB pode se beneficiar eleitoralmente em eventuais alianças com o PSB nas eleições municipais


Ex-adversários e, agora, aliados


Inocêncio Oliveira (PR)


Anunciou apoio em 2006


Cadoca (PSC)

Saiu do PMDB em 2007. Filiado ao PSC, faz parte da base do governo

Joaquim Francisco (PSB)

Deixou o DEM em 2009 e fliou-se ao PSB.

Armando Monteiro Neto (PTB)

Se aproximou de Eduardo no segundo turno da eleição de 2006

José Múcio Monteiro

Disputou a eleição contra Miguel Arraes em 1986. Hoje, é um dos nomes mais próximos de Eduardo

Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/2012/03/29/politica4_0.asp

Nenhum comentário :

Postar um comentário