segunda-feira, 26 de março de 2012

Um trio palaciano por trás de Rands

ELEIÇÕES De olho em 2014, os secretários Tadeu Alencar, Danilo Cabral e Geraldo Júlio incentivaram a pré-candidatura petista

Bruna Serra


Um prestigiado trio do Palácio do Campo das Princesas trabalhou com afinco pela candidatura-bomba do secretário estadual de Governo, Maurício Rands (PT), à Prefeitura do Recife. Homens da mais alta confiança do governador Eduardo Campos (PSB), os secretários Tadeu Alencar (Casa Civil), Danilo Cabral (Cidades) e Geraldo Júlio (Desenvolvimento), todos do PSB, dedicaram parte de seu tempo para incentivar o colega petista a entrar na disputa.

Tamanho empenho, entretanto, não foi motivada apenas pela simpatia palaciana por Rands. Com muitos contatos em Brasília e boas relações com embaixadas de vários países e diretorias de instituições como Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird), Rands foi subindo na cotação do governador a cada conquista de recursos para o Estado.

Governador e secretário viajaram juntos para a Itália, durante as negociações para instalação da fábrica da Fiat em Goiana, na Mata Norte. Mais recentemente, estiveram em Washington. A proximidade dos dois começou a gerar uma certa preocupação no supracitado trio, cujos membros agiram para evitar que o petista surja como mais um na disputa para a sucessão do governador em 2014.

Rands, que sempre acalentou o desejo de sentar-se na cadeira do executivo municipal, brilhou os olhos diante da chance de se tornar prefeito. Na segunda-feira (19), depois de participar de um evento no Porto do Recife, o governador tomou café da manhã com Rands, no Palácio. Na ocasião, recebeu a notícia de que o secretário pretendia mesmo entrar na disputa municipal.

Na tarde do mesmo dia, Eduardo almoçou com o vice-prefeito do Recife, Milton Coelho (PSB), que foi o interlocutor para a conversa que o governador teve na terça (20) com o prefeito João da Costa. Fontes no Palácio do Campo das Princesas afirmam que Eduardo teria dito a ambos que quem unisse o PT e a Frente Popular teria seu apoio.

Turbinado pelo incentivo daqueles que o querem fora do páreo para 2014, Maurício Rands, caso perca a prévia para o prefeito João da Costa, volta ao governo com o peso de não ter conseguido unir seu próprio partido, portanto, em baixa para uma disputa maior como é a de governador. Enquanto isso, nos corredores do palácio os três secretários seguem agradando ao soberano na esperança de um deles ser o escolhido. O JC procurou os secretários, na sexta (23), mas nenhum deles retornou as ligações.

Fonte: JC

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