Neste segundo trecho da coletiva, o senador e pré-candidato pelo PT,
Humberto Costa, revela que pretende, o mais rápido possível, agendar uma
conversa com o governador Eduardo Campos (PSB), para tratar das
costuras políticas, de olho na sucessão do Recife neste ano. O petista
também colocou que outras lideranças da Frente Popular também será
contactadas, a exemplo do senador Armando Monteiro Neto – presidente
estadual do PTB. Humberto cravou que não trabalha com a hipótese da
coalizão sair racha para o embate nas urnas, uma vez que destacou a
responsabilidade de todos com o governo da cidade.
Receio de rejeição
Não tenho medo, até porque tenho uma história de trajetória política marcada por muitos sucessos e grande aceitação por parte da população do Recife. Sou até hoje o vereador mais votado da cidade, quando me candidatei a deputado estadual, fui o mais votado no Recife. Quando me candidatei a deputado federal, fui o segundo mais votado no Recife, perdi apenas para o ex-deputado Roberto Magalhães (DEM). Em 2010, me elegi senador no Estado com três milhões de votos, nos quais meio milhão de votos recebi no Recife. Não tenho receio que qualquer questionamento que venha a se fazer possa interferir no desempenho que o PT possa ter. Até porque a população entende que a decisão que foi tomada foi a melhor para a nossa cidade. Não poderíamos correr o risco de enfrentar uma eleição com a possibilidade de derrota. Isso também foi possível graças a alguns gestos importantes, o do deputado Maurício Rands na disputa da prévia, do ex-prefeito João Paulo, que era o mais bem colocado em todas as pesquisas e que abriu mão de sua candidatura por interesse do partido. Acredito que esse episódio vai estar perfeitamente superado, se já não esta.
Oposição
Prefiro não me manifestar sobre os adversários. Nesse momento o meu trabalho é, principalmente, construir esse projeto, discutir a cidade, pensar nas pessoas e como o Recife pode crescer. Esse é um problema partidário, mas não pode ser um problema só partidário, tem que ser uma questão da cidade.
Munição para oposição
Tive hoje a oportunidade de ver os jornais e o posicionamento dos candidatos de oposição nos jornais não são posicionamentos de pessoas que estão sintonizadas com a cidade. É uma discussão meramente político-partidária, se alguém foi imposto ou não foi. O que precisamos é dialogar com a cidade. De um projeto para a cidade. O que a oposição pensa sobre a cidade? O que ela pensa sobre as desavenças que o PT teve, nós já conhecemos. Mas o que precisamos discutir e debater é o Recife. A cidade espera da oposição um discurso e um projeto, coisa que até agora não vi.
Vice ainda do PSB?
Pretendo ter uma conversa o mais rapidamente possível com o governador Eduardo Campos, que é o grande comandante da Frente Popular aqui no Estado. É um fiador dessa aliança, que sempre tem sido um ator importante na união que garantiu a vitória no governo Lula, que garantiu a vitória no governo Dilma. Nós também sempre temos sido defensores incansáveis da unidade da Frente Popular. Todos vocês se lembram que, em 2006, nosso partido, de imediato, no segundo turno, apoiou a candidatura do governador Eduardo Campos e eu próprio fiz parte do governo. Fiz parte da chapa que ele encabeçou em 2010 para disputa do Governo do Estado, fui candidato a senador. Vejo essas colocações que estão sendo feitas como meras especulações. Foram feitos tantos cenários anteriormente e vocês imaginavam que o cenário final dessa situação interna do PT seria o que hoje a gente está aqui? Acho que existem muitas especulações. Vamos conversar com todas as forças. O PSB além de ser o partido majoritário em Pernambuco, hoje ele faz parte da chapa que governa o Recife. Se viermos abrir essa discussão é natural que o PSB, em estando conosco – que estará, tenho absoluta certeza -, tenho absoluta convicção que ele possa ocupar esse espaço. Ao mesmo tempo, tenho pelo PTB e pelo senador Armando Monteiro um profundo respeito e um grande pleito de gratidão porque ele, em 2006, num dos momentos mais difíceis que nosso partido viveu, ele esteve conosco. Então, naturalmente, ele terá seu papel e será ouvido e a minha ideia é que nós todos possamos caminhar juntos. Esse é o desejo do PT e é o meu desejo.
Futuro político de João da Costa
Essa questão não foi tratada. Não tivemos a oportunidade de sentar com o prefeito e discutir. Como disse, vou, no momento adequado, quando essa poeira estiver sentada, vou procurá-lo, vou conversar com ele e vou chamá-lo para participar da nossa campanha, da continuidade desse projeto e vamos discutir qualquer questão que seja objeto do interesse dele e do nosso partido. Afinal, ele é uma liderança do PT.
Trabalho para unir o PT
Tenho uma larga experiência política de participar de eleições, de costurar alianças. Terei diversos apoios nesse sentido, dentro e fora do PT, e acredito que vamos conseguir esse objetivo. Vocês são testemunhas de que o PT discute, debate, algumas vezes debate de forma muito exaltada, mas o PT consegue sempre ter a sua frente o projeto. Quando abdique de ser candidato em 2000 para que João Paulo fosse o candidato e ganhasse a eleição foi um gesto que praticamos. Agora mesmo, com João Paulo não disputando as prévias e apoiando outro nome fez um gesto também na direção do partido. Quando agora assumo essa responsabilidade, estou também, embora seja uma enorme honra ser o candidato e, se Deus quiser, ser prefeito do Recife, mas estou fazendo um gesto pelo PT. É como numa família que tem dois filhos brigando demais por alguma coisa, assumir um papel relevante na estrutura familiar e a mãe e diz que ‘nem vai ser você e nem você, você aqui vai ter melhor condição de fazer’. O que está em jogo agora é a continuidade de um projeto. Não são projetos pessoais e individuais. Acredito que, com a experiência que tenho, com o coro de jacaré que tenho, tenho condição de construir essa frente, essa unidade, especialmente dentro do PT. Todo mundo vai ter um momento que vai desarmar os espíritos.
Contatos com lideranças
Vou a partir de hoje começar a fazer alguns telefonemas para ter conversas. Disparei alguns telefonemas para alguns partidos da Frente e, partir de agora, vou tentar fazer essas conversas. Minha expectativa é poder, no mais rapidamente possível, conversar com o governador Eduardo Campos.
Prioridade o PSB
Todos os partidos são prioritários. A Frente é composta por partidos que são importantes. Agora é óbvio que o partido do governador, que é ponto de equilíbrio dessa aliança em termos estaduais, sem dúvida a posição dele terá papel preponderante em acelerar esse processo de construção da unidade.
Sem apoio do PSB
Não trabalho com essa hipótese. Todos nós de todos os partidos que compõem a Frente Popular temos, acima de tudo, uma preocupação uma responsabilidade com a cidade do Recife. Essa responsabilidade que já foi manifestada na aliança nacional, que tem dado certo, essa responsabilidade que é diuturnamente renovada na aliança estadual de um governo que tem dado certo, que tem feito nosso Estado crescer, e tenho certeza que a Frente Popular não vai deixar de ter essa responsabilidade com o Recife. Não trabalho com a hipótese de divisão da Frente.
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