quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Dilma quer punir grevistas que cometeram abuso



AE – A presidente Dilma Rousseff exigiu punição exemplar dos grevistas que tenham ultrapassado os limites da legalidade. Irritada com o que considera abusos, especialmente na Polícia Federal e mais ainda na Polícia Rodoviária Federal, Dilma cobrou do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a identificação dos policiais que cometeram abuso de poder ou outras irregularidades, como a de uma placa colocada em um posto da PRF na Via Dutra com os dizeres “passagem livre para traficantes de armas e drogas” e o protesto na Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu.

As negociações com diversos setores continuou nesta quarta no Ministério do Planejamento, mas o fato é que o governo não pretende ir um centavo além dos 15,8% oferecidos na semana passada, a serem divididos em três parcelas. A aceitação do reajuste, explica um assessor próximo da presidente, não significa que o governo deixará de negociar as outras reivindicações, como os ajustes dos planos de carreira pedidos por diversas categorias, mas para 2013 o aumento não irá nada além do já oferecido.

Dilma, no entanto, não quer continuar a conversa com os servidores em greve. A pressão veio por meio da decisão de cortar o ponto e descontar os dias parados de 11,5 mil servidores em greve. Em alguns casos, funcionários tiveram o pagamento zerado este mês, o que causou revolta nos sindicatos. “Nós entramos com um pedido de liminar com urgência no Supremo Tribunal Federal para tentar conter esse abuso de poder”, disse Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). “Há uma nota técnica do próprio Ministério do Planejamento do ano passado dizendo que o desconto deveria ser de apenas sete dias para não prejudicar a questão da alimentação e do pagamento das contas dos servidores”.

Os sindicatos dos policiais federais também irão entrar na Justiça contra o corte de ponto. O sindicato do Rio Grande do Sul já conseguiu nesta quarta uma liminar. Os policiais, em greve desde a semana passada, terão uma reunião na manhã desta quinta – o encontro de quarta foi cancelado a pedido do Planejamento. Os agentes da PF querem a revisão do plano de carreira da categoria. “Temos uma defasagem salarial, mas o governo oferece apenas a reposição, e isso não nos interessa. Queremos a remodelação da carreira policial. Esse reajuste só nos interessa como uma primeira parcela da reestruturação”, explicou Paulo Polônio, vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Nesta quarta, mais uma categoria aderiu à greve: os oficiais e os assistentes de chancelaria do Itamaraty voltaram a cruzar os braços. Os servidores haviam parado por uma semana para conseguir abrir a negociação com o governo e voltaram ao trabalho. Sem conseguir uma proposta, voltaram à paralisação.


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