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O País não muda, se você não muda
"O homem é lobo do próprio homem" (Thomas
Hobbes, filósofo inglês). A muito que me pergunto: - Será que estamos corretos,
quando culpamos os outros pelos nossos pecados? Se não vejamos; queremos que
sejam corretos conosco, mas nem sempre somos corretos com o nosso próximo. Desrespeitamos
as normas básicas de convivência em sociedade, jogamos lixo no chão, falamos ao
celular quando dirigimos, sempre que possível furamos o sinal vermelho ou
estacionamos em locais proibidos, bebemos e dirigimos, votamos em troca de
favores, oferecemos propinas ao guarda, não limpamos o cocô do nosso cão na
calçada e etc.
É justo e é legal toda lei que não seja contra nós
mesmos, pois quando a lei não nos favorece temos a tendência de reprova-las. A
sociedade não costuma reprovar tais delitos mencionados, pois não os vê como
crime, porém, são pequenos delitos aceitáveis e não reprovados pela sociedade
que alimentam a corrupção em nosso país.
Lembro-me muito de um caso de um senhor empresário
dono de um Shopping em Recife, com os seus cabelos brancos, ao saber que eu era
vereador disparou: "Detesto político" - e continuou - "Para mim
todos são ladrões". Tanto eu quanto o vendedor que me atendia e os demais
clientes da loja nos assustamos com tamanha agressividade por parte de tão bem
afeiçoado senhor. Embora tenha pensado em respondê-lo, não o fiz, continuei a
circular na loja como se não ouvisse tamanha agressão e foi quando, então, o
tal senhor ao perceber a desaprovação por parte das pessoas voltou a me
abordar, desta vez em um tom mais ameno. “Amigo, me desculpe pela crítica,
porém, tenho raiva de política porque sou dono de um grande shopping na cidade
de Recife e tive um prejuízo grande, pois o prefeito não me autorizou a
construir mais dois andares no meu shopping por ser o mesmo construído em um
terreno pantanoso” - e completou - "Ofereci tudo, mas eles não aceitaram e,
por isso, detesto política", foi aí que aproveitando a deixa respondi: “Não
se preocupe senhor, jamais ficaria chateado por tais palavras, até porque, não
me senti atingido pelas mesmas. Pois, assim como o senhor, um homem já de idade,
que embora seja empresário, não significa que, como muitos, sonega imposto,
oferece propina para liberação de alvará etc... eu me excluo deste meio
político ao qual de certo pessoa tão distinta como o senhor também não faz
parte”.
No último domingo, vi quando passava na Av. Herculano
Bandeira, no Pina, um senhor sair de sua casa e jogar o seu lixo em frente a
uma placa da prefeitura que dizia ser proibido colocar lixo. Dai me vem a
conclusão. Não podemos protestar contra a corrupção ou a improbidade administrativa
sem que antes façamos uma analise profunda do quanto coautores destes crimes
somos. Costume de casa vai a praça, assim dizia a minha mãe.
Um funcionário que frauda um atestado médico para
faltar o trabalho no Brasil não se considera criminoso, mas critica a corrupção
e a desordem moral dos demais. Pois bem, se você comete pequenos delitos,
enquanto peixe pequeno, quando crescer, cometera grandes crimes, pois um
político, um juiz, um médico ou delegado corrupto traz consigo de casa os
costumes e princípios que os seguiram desde sua infância, até a maturidade,
sobre tudo, em sua vida profissional.
Não é a política que corrompe a pessoas e sim pessoas
corruptas que são eleitas para cargos públicos por pessoas, na maioria das
vezes, que não prestigiam pessoas honestas e que se preocupam com a opinião
pública.
Pense nisso!
Robson Leite.
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