segunda-feira, 11 de junho de 2012

Entrevista com Humberto Costa a Folha de Pernambuco

Apoio do PSB levará o prefeito João da Costa ao palanque, aposta Humberto (Foto:Nathália Bormann/Folha de Pernambuco)

O senador Humberto Costa (PT), nome indicado pela executiva nacional do PT para a Prefeitura do Recife, acredita que, assim que o PSB sinalizar apoio à sua candidatura, abrirá caminho para um entendimento com o prefeito João da Costa, rifado da disputa após ter vencido as prévias do PT no dia 20 de maio. “A partir do momento em que tivermos uma sinalização mais forte da Frente, essa disputa vai se tornando cada vez mais residual. Não acredito que haja essa situação de intranquilidade”, aposta Humberto.
Em entrevista à Folha de Pernambuco, no último sábado, o petista se mostrou o tempo todo tranquilo quanto ao desfecho da sucessão no Recife. Disse, inclusive, que não há possibilidade de o prefeito inverter o atual quadro, ingressando com recurso no diretório nacional da sigla. “Não vai ter sequer seguimento para a nacional porque quem tem autonomia para tomar essa decisão é a executiva”, disse.

Unidade
 
Não imaginava descer do avião aqui e já ter um comício preparado com todos os partidos. Quem tem experiência política e valoriza a política sabe que não é assim que as coisas acontecem. Sabe que a gente tem que sentar, conversar, ouvir… Unidade não se faz por gravidade e dizer ‘agora eu sou candidato’ e esperar que todo mundo venha.  Não é assim. A gente vai sentar e conversar . Já estou começando a fazer isso. Infelizmente a gente pegou um feriado (Corpus Christi) e tem gente que está viajando. Mais alguns dias e essa questão estará melhor posicionada.

PSB
 
O PSB ficou preocupado com uma questão que acho que todo mundo tem que se preocupar.  Qual é o grau de segurança política e jurídica da decisão que foi tomada? Eles não tinham esse conhecimento e agora já têm. A decisão tomada pelo PT foi juridicamente perfeita porque foi tomada de acordo com o estatuto e regimento do PT e totalmente harmonizada com a legislação partidária no Brasil. Lógico, que todo mundo tem direito de procurar recursos, mas a possibilidade disso prosperar acredito que é nenhuma. A partir do momento que eles (os socialistas) tiverem essa certeza, as coisas passam a ter uma outra dimensão. O questionamento que estava sendo feito não era político à minha pessoa ou à legitimidade da decisão do PT, mas o que ainda poderia acontecer nesse ambiente tão conturbado que a gente viveu até agora.

Recurso
 
O diretório delegou à executiva nacional para ela resolver não só esse assunto como outros também. Esse recurso (do prefeito) não vai ter sequer seguimento para a nacional porque quem tem autonomia para tomar essa decisão é a executiva nacional. A maioria do diretório nacional é a mesma que existe na executiva. Não vai ter uma decisão diferente. Por outro lado, vários segmentos, inclusive que deram suporte à demanda do prefeito na executiva, estão preocupados com a continuidade desse processo que está havendo aí . Acham que o partido não pode ser prejudicado por uma disputa que acabou. Eu não posso ficar olhando para trás, tenho que olhar para a frente. Estou olhando para o Recife. Eu quero o Recife em primeiro lugar.

Instabilidade
 
A partir do momento em que tivermos uma sinalização mais forte da Frente, essa disputa vai se tornando cada vez mais residual. Não acredito que haja essa situação de intranquilidade. Agora, a unidade do PT é um processo que precisa ser construído e vai ser construído. Demora  um pouco mais do que a unidade da Frente, até porque a gente viu como a disputa aconteceu. Eu tenho certeza que a Frente vai ter essa compreensão. Quem é que ganha com o rompimento da Frente Popular na cidade do Recife? Eu não consigo identificar ninguém. Talvez só a oposição. Mas o PSB, a Frente Popular, o governador Eduardo Campos, o senador Armando Monteiro Neto (PTB)? Ninguém ganharia com isso.
(continua…)

Fonte: Folha - Pe.

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