segunda-feira, 11 de junho de 2012

“Oposição não tem visão de conhecimento da cidade”

(Foto: Nathália Bormann/Folha de Pernambuco)

A briga sangrenta do PT na disputa pela PCR deverá servir de mote para a oposição na campanha eleitoral. Mas isso não preocupa o senador Humberto Costa. Segundo o parlamentar petista, os opositores no Recife não têm visão de conhecimento da cidade e muito menos um projeto ou discurso para a população. “Em 12 anos eu não vi isso e não creio que eles vão construir isso. A população não quer saber se o PT brigou”, disse Humberto nessa parte final da entrevista à Folha de Pernambuco.

OPOSIÇÃO
 
Nem um pouco preocupado. Minha preocupação com isso é zero. Estaria se a oposição tivesse uma visão de conhecimento da cidade do Recife. Se tivesse um projeto para cidade, um discurso para as pessoas… Em 12 anos eu não vi isso e não creio que eles vão construir isso. A população não quer saber se o PT brigou. Quer saber o que é vai fazer para que a cidade seja um espaço cada vez melhor de se conviver. Como vai ser a parceria dos governos estadual, municipal e federal…  O povo quer saber disso e não da briga do PT.

2014
 
Nunca me apresentei para 2012 e muito menos 2014. O tempo inteiro a minha preocupação foi de exercer o meu mandato de senador e acho que venho desenvolvendo bem de acordo com as expectativas da população que Pernambuco tinha. Tenho respeito dos colegas e da mídia nacional, das pessoas, fui líder do PT no primeiro mandato. Mas, em sendo prefeito, e eu serei, não faz sentido pensar em disputar eleição daqui a dois ou seis anos.

PRESTÍGIO
 
O Recife precisa, apesar de todos os investimentos que foram feitos, ao longo desses últimos anos, no governo do PT, especialmente do governo Eduardo, do governo Dilma, ampliar os investimentos. Nesse aspecto eu posso desempenhar um papel importante, nessa captação, não somente pelo trânsito que temos com o Governo do Estado, como também em termos de Governo Federal. Não apenas pelo fato de eu ter sido ministro (da Saúde) , mas pelo fato também de estar exercendo hoje um mandato de senador. Isso abre muitas portas e vou aproveitar todas elas para que a gente possa captar recursos para Pernambuco. Outra coisa é que podemos aumentar a participação do Recife nas emendas de bancada federal .  Ao mesmo tempo, através de projetos e emendas individuais.  Nós podemos ser mais agressivos nesse aspecto da  captação de recursos. A partir daí, com os recursos disponíveis , é começar a trabalhar com os principais problemas da cidade.

CUIDAR DAS PESSOAS
 
O importante é que a gente coloque o tema do Recife como a questão principal.  A temática partidária é importante, mas as pessoas estão mais preocupadas com o que se vai fazer pela cidade. Na minha visão, temos que ter uma ideia simples do que deve ser feito: cuidar da cidade e cuidar das pessoas. Cuidar da cidade significa investir no desenvolvimento econômico, nas vocações que a cidade tem, na estrutura viária, drenagem… Cuidar das pessoas é exatamente em termos de políticas sociais, que avançaram bastante, mas podem avançar mais: saúde, habitação, saneamento básico, política cultural…

MODELO DE GESTÃO
 
A prefeitura hoje já trabalha com um modelo de planejamento estratégico muito semelhante ao Governo do Estado. É lógico que a gente precisa aprofundar. Eu fui secretário do governo estadual e tive a oportunidade de ver como esse tipo de planejamento funciona bem, trabalhar por resultados.  Agora, eu acho também que a gente deve inovar.

OP
 
Tenho ideias muito genéricas sobre o Orçamento Participativo (OP), mas entendo que ele precisa continuar e que as pessoas continuem a ter poder de decisão sobre as coisas. Eu vejo que a gente pode ampliar o processo. Poder incorporar mais gente por esse método e poder constituir um processo de acompanhamento da população em relação ao cumprimento das metas do Orçamento Participativo.

RELAÇÃO COM A CÂMARA
 
Será  sem dúvida a melhor possível. Eu sou um político experimentado. Já fui do Executivo, secretário estadual, municipal, ministro .  E já fui de todas as esferas do Legislativo: vereador, deputado estadual, federal  e agora senador.  Sei perfeitamente a importância de um relacionamento republicano, mas ao mesmo tempo franco e aberto com o Parlamento. Ninguém governa sem o Parlamento. Ninguém governa sem respeitar a autonomia do Parlamento, também. Eu pretendo ter o absoluto e total respeito a essa autonomia e estabelecer a melhor relação possível com os vereadores e recebê-los.  E como eu sou político, eu sei como é relevante para um mandato de parlamentar ter uma boa relação com o Executivo. Melhorar muito essa relação é uma das coisas que eu quero.

PPPs
 
Sou defensor da ideia de Parcerias Público Privadas. Por mais que a cidade cresça e se desenvolva e gere impostos, você sempre vai precisar ter parcerias seja com o Governo Federal, Estadual, mas também com a iniciativa privada.  Mas quando se fala de parceria, ambos têm que ganhar. Não pode ser uma parceria onde só o setor privado ganhe ou que ela também não seja factível para o setor privado e ele não possa ganhar nada. Acho que sempre é preciso ter um ganho importante para o setor público, para população.

REJEIÇÃO À GESTÃO
 
O PT tem um projeto que começou com João Paulo, que foi extremamente bem avaliado pela população. Ele deixou a gestão com alta popularidade e a cidade bastante satisfeita. Por outro lado, nós enfrentamos, no governo João da Costa, alguns problemas que justificam, inclusive, isso. O problema da disputa política entre ele o antecessor e que durante um bom tempo gerou dificuldades para a gestão; a própria situação de saúde do prefeito, que no ano de 2010 praticamente o tirou das condições de estar à frente o tempo inteiro da gestão; as dificuldades da gestão política que nós tivemos. Governar não é somente a administração propriamente dita, strictu sensu,  mas também a gestão política, a relação que se estabelece com a cidade, com o partido que é majoritário, com a Câmara de Vereadores. Enfim, nós tivemos muitas dificuldades nisso aí. Então, entendo que, ao longo desse último período, melhorou a avaliação que a PCR tem, mas existiram condições estruturais que dificultaram para que pudéssemos deslanchar de uma forma mais plena e há mais tempo.  A decisão do PT de ocorrer uma mudança foi de responsabilidade com a cidade.

Fonte:http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=29835

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